Gêmeos patrulhenses do Bolshoi são destaques em Zero Hora

A RBS tem feito de uns tempos para cá, matérias bem interessantes que projetam o município. E uma das mais recentes, foi com os gêmeos Murilo e Maurílio Muniz, que estão no Teatro Bolshoi, cuja história é, agora, do conhecimento de todo o Estado e País.
A reportagem é do jornalista Homero Pivotto Jr e ele conversou com os dois jovens que historiaram sua preferência pelo ballet desde os tempos de colégio.
Ele começa abordando os passos que são seguidos para que o interessado possa se profissionalizar na dança. E especificamente em relação ao ballet cita a declaração dos gêmeos:
— É como se fosse o início de tudo, o primeiro passo profissional. O primeiro ano na companhia vamos usar como experiência e inspiração para outras oportunidades que podem surgir — reflete Maurílio, que era aluno ao lado do irmão desde 2018 na instituição mantida pela clássica academia russa de balé.
A matéria fala sobre a luta que os dois irmãos desenvolveram até conseguirem uma vaga na prestigiada Cia. Jovem da Escola Bolshoi, fundada em 2008 em Joinville (Santa Catarina) para oportunizar o primeiro emprego aos talentos formados pela instituição.
— A gente queria muito fazer aulas no Bolshoi. É algo muito histórico, técnico, que tem uma construção sólida. Nos parecia um bom caminho para iniciar algo mais concreto na dança — recorda Murilo, na entrevista concedida à Homero Pivotto, citando que o gosto pela dança surgiu em 2011 quando eles estavam na quinta-série do Ensino Fundamental. Começaram aulas de ballet com Renata Guimarães, hip hop e participação em CTGs.
E Renata percebeu que os gêmeos estavam seriamente decididos a seguir a carreira uma bolsa de seis meses em uma academia de Porto Alegre, com professores brasileiros, argentinos e russos.
A reportagem do jornalista da RBS prossegue: “A rotina ficou mais puxada, com aulas praticamente todos os dias, fosse na Capital ou em Santo Antônio da Patrulha — distantes aproximadamente 95 quilômetros. Fora a correria, também tiveram de superar outros obstáculos.
— O pessoal fazia muito bullying conosco no colégio. Uma vez foi preciso chamar até o Conselho Tutelar — desabafa Murilo.
Outra dificuldade foi a mudança de cidade em 2018, para integrar a classe da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Mas o apoio dos pais e a parceria entre eles facilitou a adaptação.
— Somos muito unidos, temos uma boa relação. A gente se ajuda bastante, no dia a dia e na dança. Sempre tentamos nos auxiliar ao máximo, evoluir juntos. Não é competição — garante Murilo.
Questionados se em algum momento tiveram dúvidas sobre buscar uma carreira na arte, os irmãos afirmam que não. Justamente por terem construído uma trajetória passo a passo.
— Sempre tivemos certeza. Foi algo que aconteceu gradual e naturalmente, tudo foi se encaixando. Infelizmente, há preconceito com quem trabalha nesse meio, a arte não é valorizada em nosso país. Mas sabemos que é possível viver disso. No próprio Bolshoi conhecemos gente que mora no Exterior, que tem casa — pondera Maurílio.
De acordo com a dupla, a passagem remunerada pela Cia. Jovem do Bolshoi no Brasil costuma durar, em média, de um a três anos. Enquanto estiverem na companhia, pretendem desenvolver ao máximo seus respectivos potenciais. Maurílio e Murilo têm ciência de que é a dança dos dias que vai apontar os palcos do futuro.
O Bolshoi
A Cia. Jovem da Escola Bolshoi foi criada em 2008 para oportunizar o primeiro emprego aos talentos formados pela instituição. Seus artistas atuam como agentes formadores de plateia e incentivadores de novos talentos. Os novos integrantes têm o desafio de iniciar uma vida profissional, transformando o ritmo de escola em experiência de trabalho, além de explorar novos repertórios, fazer aulas mais avançadas, trabalhar com coreógrafos distintos e levar o nome da Escola Bolshoi em suas apresentações pelo Brasil e Exterior. Para 2022, são 16 bailarinos ensaiados pela professora Maria Antonieta Spadari.
A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil é a única filial do Teatro Bolshoi de Moscou. O objetivo da instituição é formar artistas cidadãos, promovendo e difundindo a arte e a educação. A entidade conta com 214 alunos de 21 Estados do Brasil. Conforme a própria escola, a maioria é dos setores menos favorecidos da sociedade. Eles recebem gratuitamente estudo e benefícios que garantem uma formação de excelência e proporcionam um futuro mais digno”.

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