Documentário destaca a contribuição sociocultural das entidades carnavalescas

O gravataiense William Freitas e os colegas Douglas Braga, Ingrid Fraga e Vitória Ribeiro, estudantes de Jornalismo, são os autores do trabalho, que está disponível no YouTube.

Priscila Milán

A música “Agoniza, mas não morre”, de Nelson Sargento, faz parte da trilha e inspirou o nome de um documentário sobre o Carnaval de Porto Alegre produzido por estudantes de Jornalismo da Ulbra e disponibilizado no YouTube. O trabalho foi criado para a disciplina Produtos Audiovisuais pelos alunos Douglas Braga, Ingrid Fraga, Vitória Ribeiro e William Freitas, sob a supervisão da professora Ana Acker.

Conforme os universitários, admiradores da cultura popular brasileira, o principal objetivo foi expor a importância das agremiações, que além de promoverem os espetáculos durante os desfiles, se dedicam a ações sociais o ano inteiro e contribuem para a geração de empregos. “Quem faz o Carnaval de Porto Alegre acontecer não está apenas mantendo viva a cultura, está trabalhando por várias famílias e mudando a realidade em um contexto socioeducativo. Acreditamos que a população gaúcha não enxerga isso”, ressalta Ingrid.

William, que é gravataiense, conta que o projeto foi produzido em aproximadamente três meses, sendo que o grupo esteve em contato com cinco escolas de samba. Os acadêmicos de Jornalismo entrevistaram representantes das instituições e acompanharam ensaios. O filme apresenta relatos de carnavalescos sobre o trabalho desenvolvido pelas entidades junto às comunidades e aborda temas como as dificuldades enfrentadas para a realização das atividades, desvalorização por parte de governantes e perda de participação popular nos eventos.

“Uma coisa importante de se destacar é uma certa perseguição que as escolas sofrem, não apenas dos vizinhos das quadras, mas da sociedade que marginaliza o Carnaval de Porto Alegre. Existe, inclusive, um comentário no YouTube de um rapaz que diz: quem quer Carnaval, que vá para o Rio de Janeiro. O gaúcho que curte Carnaval tem o direito de ter o maior espetáculo da terra na sua capital também”, salienta Ingrid.

Outro assunto discutido pelos representantes das agremiações é o espaço para os desfiles. “O grande problema não é só a localização do Porto Seco, e sim, como um Complexo Cultural não recebe outros tipos de festividades, além do Carnaval. Tanto os especialistas, quanto as pessoas que vivem esse segmento cultural, destacaram que foi um modo de isolar a negritude e tirá-la do coração de Porto Alegre”, diz o estudante de Gravataí.

Os jovens estão muito contentes com a receptividade que o documentário Agoniza, mas não morre está tendo desde o lançamento, há cerca de um mês. “Recebemos algumas sondagens para darmos continuidade ao projeto, desta vez trabalhando com outras escolas. Além disso, outras pessoas nos procuraram com a ideia de sermos responsáveis pela produção de obras sobre determinado assunto”, revela William.

“Desde o início, conversamos com as escolas sobre voltarmos às quadras com o resultado, para mostrar à comunidade, e muitas toparam. Estamos nos organizando para fazer essa caravana e apresentar nas escolas que estiverem abertas para nós, pois nosso material foi feito não apenas para as instituições que aparecem no filme, mas para cada uma que compõe o Carnaval da capital”, acrescenta Ingrid.

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