Médico fala sobre atual situação do HSAP após fase mais aguda da pandemia

O Hospital de Santo Antônio da Patrulha da Santa Casa de Misericórdia está em transição depois da fase mais aguda, registrada entre a segunda quinzena de março e o começo de abril, quando ocorreu a chamada segunda onda, e uma diminuição dos casos de Covid, o que não significa que a situação esteja sob controle, de acordo com a avaliação do diretor técnico da instituição hospitalar. Conforme o dr. Joaquim Dellamora Melo, tudo depende da vacinação e dos cuidados básicos de higienização das mãos, uso de máscaras e o distanciamento social.
“As pessoas precisam entender que o vírus continua circulando em toda a população e, para que o vírus transmita de uma pessoa para outra, é preciso espaço menor de dois metros. Por isso a necessidade, cada vez maior, de intensificar as medidas necessárias e respeitar o distanciamento social e os cuidados higiênicos”.
INTERNAÇÕES
Sobre os picos de internação, o médico avalia que a diminuição se deu nas internações em leitos de enfermaria com pacientes menos graves, mas a UTI do hospital de Santo Antônio continua com seus dez leitos ocupados. “O que observamos em leitos de enfermaria é que existe um número menor de pacientes, mas que já está aumentando com pacientes que são hospitalizados com uma forma mais grave da doença, e isso é preocupante. Não se sabe se existe uma contaminação por essas variáveis, que são as mutações genéticas do vírus, ou se existe um retardo dos pacientes quando começam os sintomas e evitam a ajuda médica”.
MORTALIDADE
Conforme Dellamora, há vários dados científicos indicando que há uma maior taxa de queda da mortalidade entre as pessoas acima de 80 anos. Uma pesquisa divulgada na Inglaterra sobre a eficácia da vacina AstraZeneca mostra que “após a primeira dose, as pessoas produziram um índice de 96 por cento de anticorpos e, na segunda dose, essas taxas chegaram a praticamente 99 por cento. Esses fatores são muito semelhantes à CoronaVac. A vacina é a única forma de fazer regredir a doença”.
PRODUÇÃO DE VACINAS
Sobre os insumos da China, o médico acredita que essas dificuldades observadas na liberação por parte do governo chinês dependem muito de questões diplomáticas e políticas por parte do governo federal. “Mas ao que parece, já se conseguiu avançar, superando-se o desconforto das declarações do presidente produzidas junto ao governo chinês. Tanto é que o Butatan e a Fiocruz já anunciaram que têm condições de produzir as vacinas imediatamente. A antecipação de produção e entrega de vacinas até a metade de junho atenderia ao programa nacional de imunização”.
CIRURGIAS
Relativamente à retomada das cirurgias, Joaquim Dellamora Melo afirma que a decisão de liberação de espaço do centro cirúrgico já foi tomada pela Santa Casa e providências estão acontecendo visando a liberação para que cirurgias sejam retomadas. “O que estamos fazendo é abrir as agendas de consultas nas especialidades de cirurgia plástica, oftalmologia e urologia e de todas as especialidades oferecidas à população para que esses pacientes retornem às consultas e, a partir daí, sejam identificadas as necessidades de procedimentos cirúrgicos, feita solicitação dos exames de avaliações pré-operatórias e as cirurgias sejam realizadas num segundo momento”, salienta o médico.
CAUTELA
Por fim, o diretor técnico do HSAP da Santa Casa disse que nunca é demais pedir à população que, apesar da sensação que as pessoas têm ao observar na televisão países do primeiro mundo, incluindo Israel, de estarem retomando aos poucos sua vida normal, não significa que o mesmo deverá ser seguido aqui de imediato, porque naqueles países a taxa de imunização é alta, o que não está acontecendo no Brasil.

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