Alex percorreu trilhas difíceis para levar informação aos que estavam isolados

Uma das entrevistas mais emocionantes feitas pela reportagem da FOLHA PATRULHENSE foi, sem sombra de dúvidas, com o ciclista Alex Freiberger.
Com a voz embargada, ele interrompeu várias vezes para chorar, o que mostra a emoção que sentia ao narrar o que viu. “Moramos perto do rio e na cerca, em um mourão assinalamos as enchentes que já aconteceram e a altura da água. Mas desta vez foi diferente: a água passou por cima, comprovando que nunca tínhamos visto inundação igual. O sentimento era de muita tristeza ao saber que haveriam muitas perdas. A gente vendo um boi passar na correnteza berrando no desespero. É muito triste. Vi um cachorro que ficou trancado atrás de uma casa e a gente o ajudou a sair da enchente.”
INICIATIVA
A iniciativa de ir pedalando pelas localidades onde era impossível a passagem de veículos para levar e trazer informações foi sua. E ele começou a fazer isso tão logo as águas começaram a baixar. Toda a vez que fui prestar esta ajuda, fui sozinho. E a resistência física, afirma ele, foi baseada nos desafios que já fez até hoje no ciclismo, inclusive quando pedalou 26 horas no desafio do Everest.
No seu entendimento Deus o preparou para isso, porque enfrentou muita água e muita pedra. “Gosto de adrenalina e de estrada ruim”, disse o atleta para justificar o que fez ao socorrer pessoas na enchente.
“Não podia ficar em casa parado sem fazer nada para as pessoas que estavam sem informação. Me coloquei no lugar delas. Me emociono falando nisso (ele chora). Ver um pai, uma filha não tendo informação dos seus familiares é brabo!”, diz Alex sem conseguir segurar o choro.
COMO EXECUTOU SUA MISSÃO
Para chegar até onde moram as famílias mais distantes da sede ele disse como fez. “Como conheço todas as trilhas por cima do morro, foi assim que cheguei lá onde a enchente arrancou postes, deixando famílias sem água e luz, levando um pouco de alento para as pessoas”.
BRINQUEDOS
“O que mais me emocionou (choro), foi ver o brinquedinho das crianças no meio do cisco de um monte de madeira. Parece pouco, mas pensar que talvez estas criancinhas nem tinham mais uma casa é algo muito triste, assim como ver a casa indo embora na correnteza, ou ver os amigos perdendo tudo”, afirma emocionado Alex Freiberger.
Mas nosso atleta tem outro relato emocionante. Ver um garotinho perdendo a bicicleta tão sonhada que ganhara alguns dias antes. “Mas já estamos providenciando para conseguir uma bicicleta para doar ao menino”, destaca Alex.
AGRADECIMENTOS
Por fim, ele agradeceu aos que o apoiaram. “Muita gente ajudou. Quero destacar que há muita gente guerreira”, e cita alguns exemplos: “a Ediane e o Jô da Defesa Civil. O prefeito Magdiel sempre solícito arrumando doações no CTG Sentinela do Sinos, pedindo ajuda ao governo”. Citou também os bombeiros, a Defesa Civil, o exército, a marinha e a aeronáutica.

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