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A importância da classificação de risco na emergência

A classificação de risco é uma situação que médicos e corpo de enfermagem enfrentam no dia a dia da emergência, não apenas no Hospital de Santo Antônio da Patrulha da Santa Casa de Misericórdia, mas em qualquer hospital. Para isso, existe um protocolo de classificação de risco utilizado internacionalmente, no qual o paciente, depois da avaliação clínica, tem definido se seu caso é grave, menos grave ou, até mesmo, que ele possa ser orientado a procurar atendimento em um posto de saúde.
Para entender melhor este procedimento, a reportagem conversou com o Responsável Técnico do Hospital de Santo Antônio da Patrulha da Santa Casa de Misericórdia, dr. Glauco Konzen, e com as enfermeiras Rafaela Cherutti, Júlia Stuker e Patrícia Nunes.
ENTENDIMENTO DA POPULAÇÃO
Conforme dr. Glauco, é muito importante que a população perceba e entenda que, ao chegar à emergência, passará por uma avaliação em relação a sua doença, sua saúde e sua vida. Para isso, existe um protocolo de classificação de risco que permite estabelecer qual a prioridade de atendimento do paciente que está chegando ao hospital, o que vai ao encontro daquilo que recomenda o SUS: dar mais a quem precisar mais e no momento em que precisa mais. “Esse protocolo”, explica o médico, “é utilizado em todas as emergências, para os profissionais poderem identificar qual o risco do paciente naquele momento e qual a prioridade dele em relação ao atendimento, o que às vezes irá determinar um período maior de espera em relação a outro paciente, independentemente da ordem de chegada ao hospital”.
COMO É A CLASSIFICAÇÃO
Rafaela Cherutti explica que o primeiro passo é a elaboração de um boletim; em seguida, o paciente passa para o acolhimento, onde um enfermeiro ou enfermeira faz a classificação a partir da avaliação dos sinais vitais e da conversa com o paciente. Se a avaliação determinar que ele deve ser identificado pela ficha vermelha, que é a de maior risco, vai para a sala vermelha e em seguida é atendido por um médico. A cor laranja significa que ele pode esperar até 15 minutos, e a verde determina um período de espera de até três horas. Por último, a cor azul indica que se trata de paciente de baixo risco, cujo período de espera pelo atendimento poderá ser de até seis horas. Nestes casos, como não existe risco imediato, o paciente é orientado a procurar um posto de saúde.
Júlia Stuker entende que está faltando, na realidade, um maior entendimento da população quanto ao processo de atendimento dos pacientes. A realização da classificação de risco é justamente para determinar o nível de urgência, e é preciso compreender que, quando o paciente não está correndo risco de morte, ele terá algum tempo de espera em detrimento daqueles com maior urgência. O enfermeiro ou a enfermeira avalia o paciente e o encaminha até a sala adequada, mas também pode orientá-lo a procurar um posto de saúde. Porém, o hospital jamais irá negar atendimento a ele, sempre será feita a classificação de risco.
MUITAS CONSULTAS VERDES E AZUIS
Por sua vez, Patrícia Nunes explica que no dia a dia há um grande número de consultas azuis e verdes. Nestes casos, ela orienta os pacientes que não querem esperar todo o tempo previsto a procurarem um posto de saúde. “Sempre priorizaremos os riscos de morte, mas sempre atenderemos o paciente, porém com o tempo previsto na classificação de risco”.
A enfermeira explica que há o caso de pacientes idosos do interior. “Muitas vezes eles até procuram um posto de saúde, mas, como não conseguem ficha, acabam indo ao Hospital. Estes pacientes terão o atendimento aqui, mas terão que respeitar o tempo de espera”.
Dr. Glauco Konzen afirma que atualmente se observa um grande volume de atendimentos. “A busca pela assistência é problema nacional e as deficiências no atendimento à saúde no país são igualmente muito grandes. E existe uma demanda que não precisa de atenção emergencial. Por isso, é de extrema importância o entendimento da população de que há um sistema bem estruturado e baseado em conceitos técnicos. Precisamos criar essa consciência, mesmo que isso possa levar algum tempo”, conclui.

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