O abalo foi seguido pelo desafio de se conseguir um novo grupo gestor. Este, foi o sentimento do prefeito municipal, quando a Santa Casa comunicou a desistência de continuar na gestão do Hospital de Santo Antônio da Patrulha.
Fui surpreendido, naturalmente. Quando nos foi solicitada agenda para apresentação da prestação de contas da atuação da Santa Casa em nossa cidade dos últimos cinco anos, não imaginava que seria a última”.
PROPOSTAS
“Na verdade, no momento em que me foi passado o ofício contendo as considerações que levaram a Instituição a deixar a gestão do HSAP, mesmo antes de ter lido, questionei o doutor Julio Matos, se havia algo que pudesse ser feito para reverter a decisão”, revelou Rodrigo Massulo ao ser surpreendido com a decisão da Santa Casa. “Eu não tinha, de pronto, uma oferta formatada. Cheguei apenas a questionar se seriam razões de ordem financeira e nas palavras textuais do dr. Julio “não é uma questão financeira. É uma questão de trabalho de natureza corporativa”, afirmou o chefe do Poder Executivo.
REDES SOCIAIS
A respeito de frequentes críticas quanto ao atendimento no HSAP e se isso poderia ter influído na decisão de romper a gestão do HSAP, Massulo afirmou:
“Entre os pontos levantados pela Irmandade, de fato, havia menção da necessidade de amplitude da qualidade e abrangência do processo assistencial, constatada, inclusive, pela manifestação da sociedade em mídias sociais”. Este ponto, contudo, na minha visão, está longe de ser o que de fato levou a entidade a desvincular-se do nosso hospital. Creio que o que mais pesou foi a estrutura de gestão corporativa que se tornou pequena, especialmente considerando que é a mesma para todas as suas atividades, inclusive, no que diz respeito às estruturas operacionais, tais como RH, compras, controladoria, jurídico, financeiro, etc somando ainda as incorporações que se efetivaram mais recentemente, como o Hospital Dom João Becker e mais duas UPAs em Gravataí, a gestão de 43 unidades Básicas de Saúde, a operação de mais um hospital e também os impactos da pandemia COVID-19. Tudo isso comprometeu a sustentabilidade da Santa Casa, o que tornou inviável a continuidade da gestão do Hospital de Santo Antônio da Patrulha”.
MEDIDAS
Na sua avaliação, Massulo disse que será preciso “fazermos desse limão, uma limonada. Foi um choque e, como gestor, confesso que foi uma das notícias mais difíceis que dei para minha comunidade, especialmente porque fiz a promessa de que, durante o meu mandato, no que dependesse da administração municipal, a Santa Casa permaneceria em nossa cidade”.
Acrescenta o prefeito que não se pode apenas lamentar. “Imediatamente após termos recebido a notícia, o secretário Toninho e eu ativamos alguns contatos prospectando uma nova entidade gestora para nosso hospital. Nessa empreitada, já estamos contando com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, que se colocou à disposição para dar todo o apoio que Santo Antônio precisar”.
Indagado sobre se a decisão tomada pela Santa Casa não tem volta, respondeu Massulo: “Essa foi a primeira pergunta que eu fiz à instituição quando recebi a notícia. Entretanto, a resposta foi definitiva: não”.
AGRADECIMENTOS
Por fim, na entrevista exclusiva à FOLHA PATRULHENSE, o prefeito disse expressar “um sincero agradecimento à Santa Casa pelos serviços prestados, pelos investimentos feitos na nossa cidade, pelo respeito aos cidadãos, pelas vidas que foram salvas em nosso hospital, pelo convívio ético, transparente e pela grandeza em se colocar ao nosso lado para uma transição sem traumas e sem descontinuidade no atendimento até que uma nova instituição venha a assumir o HSAP”.