Um patrulhense bastante conhecido e que há apenas um mês havia se transferido de Osório onde exercia suas atividades, para Canoas, perdeu tudo o que tinha dentro da casa que recém havia alugado, mas que resistiu à força das águas. Carlos Schmitt, dentista e radialista, estava clinicando em Osório quando, com a família, decidiu retornar à Canoas onde residia sua esposa Maiara com os filhos. Exatamente um mês depois teve que sair apressadamente de casa para escapar à fúria das águas que levavam pela frente de roldão tudo o que encontravam.
O ALERTA
“Recebemos o alerta pelo WhatsApp na madrugada da quinta-feira, dia 2 de maio. Fomos correndo para a casa da minha sogra, em Guajuviras, levando apenas as crianças. A casa que havíamos alugado menos de 30 dias antes da catástrofe fica no bairro Harmonia”, conta Schmitt.
Tudo o mais ficou para trás, mas ele salvou a si e sua família. ”Agradecemos a Jeová Deus todos os dias pela vida das crianças e dos animais (estes últimos, conseguimos buscar apenas no dia seguinte, 3 de maio, pela manhã). Um de nossos gatos, uma fêmea, estava vagando na rua e não a encontramos naquele momento. Somente neste dia 30 último, é que a reencontramos assustada, mas viva”. Carlos conta que a família perdeu praticamente tudo: móveis, vestuário, eletrodomésticos, mas alguns equipamentos e instrumentos de trabalho eram bem importantes e também se perderam. “Fora minha coleção de discos de vinil e livros, de valor sentimental. Mas, valeu a lição do desapego aos bens materiais. Não devemos nos agarrar muito aos objetos”, ensina o conhecido radialista.
GRATIDÃO
Porém, apesar da dor das perdas materiais, ele e os seus têm um sentimento de gratidão: “Foi maravilhoso para nossa família sentir o calor humano de tantas pessoas por onde passamos em busca de alimentos, roupas, água e outras necessidades. Pessoas que conhecíamos e muitas que jamais sabíamos da existência, gaúchos, brasileiros do país inteiro, nossos queridos patrulhenses e até estrangeiros. Somos muito gratos por tanto amor que recebemos, desde palavras de ânimo, orações e doações de diversos itens, além de PIX”.
MORADA EMERGENCIAL
Mas os gestos de solidariedade se multiplicaram aos milhares e com ele não foi diferente: “Tivemos esta oportunidade recentemente. Uma benção. O proprietário do apartamento no pequeno bloco onde minha cunhada nos cedeu uma garagem adaptada nos ofertou um pequeno, mas aconchegante apartamento para acomodarmos melhor as crianças, tudo isso pagando apenas a água e a energia pelos primeiros 3 meses. Não estou autorizado a dizer o nome do cidadão, mas ele é sabedor de nossa eterna gratidão”.
COMO AJUDÁ-LO
Com as perdas materiais e sem dinheiro para recomeçar, ele decidiu colocar sua chave PIX para quem queira ajudá-lo com qualquer quantia. “Muitos amigos, uma boa parte deles de Santo Antônio, gentilmente fizeram transferências ao longo dos últimos dias. Todo esse carinho e apoio tem sido muito importante para nos mantermos enquanto os postos de trabalho ainda se encontram em ritmo lento. Pretendo continuar com esta chave Pix disponível para quem puder nos dar uma força, caso não o tenha feito. É CPF: 97844144068 (Carlos José de Oliveira Schmitt – Nubank).” Ele também tem uma vakinha neste link: https://www.vakinha.com.br/4856325
LENTO RECOMEÇO
Indagado sobre se já retornou ao trabalho afirma que está atuando em uma clínica uma vez por semana e buscando outros locais para recomeçar. “Mas ainda está tudo muito lento em todos os setores. Vamos à luta!” Carlos, que frequentemente participa do Programa Momento Mulher, agora no Youtube assim se refere à apresentadora e amiga Vera Maria: “Quanto à Vera Maria de Assis Mohr, querida amiga e segunda mãe que muito me ajudou e ajuda, sempre que me solicitar, estarei à disposição para trabalharmos juntos, ela e o Leonardo Assis, bem como a Milena e toda a fantástica e versátil equipe do Momento Mulher”.
Por fim, Carlos Schmitt disse que gostaria de agradecer muito a todos os amigos pelas doações, pelo apoio moral e material. “Especialmente aos familiares, tanto da parte da minha esposa, que nos acolheram e procuraram amenizar nossa dor (família Rodrigues Silva, sem palavras para agradecer!), quanto minha família (mãe, irmãos, tios) que desde sempre nos proporcionam aquele suporte especial, próprio da família. Jamais conseguiremos retribuir. Muito obrigado de coração a todos”.
