Foi por intermédio da família do proprietário da Escavacom que surgiu a ideia de atender desabrigados na comunidade de Portão I.
Reni da Silva Gomes, proprietário do Mercado Anita e presidente da comissão do salão comunitário afirmando que o gesto da acolhida foi tomado pelo Grupo de Oração do qual ele faz parte, para acolher ao que definiu como pessoas que vieram muito sofridas e que se conseguiu dar abrigo e um pouco de conforme. “Eles saem daqui com menos sofrimento e bem amparados com seus pertences, como colchões que obtiveram e um pouco de alimento. E neste tempo em que estiveram aqui fomos muito gratificados por eles, porque não é fácil passar pelo que aconteceu com eles. Foram uma bênção para nós. E o grupo foi muito unido. Não ganhamos mais doações porque não quisemos, tal a quantidade encaminhada à este salão. Os abrigados dizem que estão realizados pelo que aqui receberam. Sobre as sobras, um pouco será levado com os abrigados, para que eles próprios façam a distribuição em sua vila em Canoas.
O restante vamos encaminhar ao ginásio porque já está separado. Nada ficará aqui. Um pouco eles levam consigo e administramos o restante para não faltar nada”, concluiu Reni.
DEPOIMENTOS
Dona Margarete, mãe de um filho cadeirante de 36 anos e separada há mais de 30 anos de seu ex-marido, mas que, vendo-o em uma situação difícil, não exitou em nenhum momento em acolhê-lo para cuidar, “seu” Pedro dos Santos, 90 anos, que já não tem mais condições de viver sozinho. Um gesto de amor e de solidariedade que serve de exemplo.
Ronaldo, que mora na comunidade de Mato Grande (Canoas), disse que o período em que esteve aqui foi o melhor que poderia ter acontecido com ele. “As pessoas nos receberam com honestidade e carinho.”
Márcia Holltz estava muito emocionada. Moradora na comunidade de Mato Grande, em Canoas: “É uma gratidão eterna a todos que nos acolheram. Não deixaram faltar nada em momento algum. Na minha casa em Canoas, não sobrou nada, mas a estrutura da casa ficou inteira”, disse ela ao se referir à inundação.
