O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e a Brigada Militar desencadearam operação para combater o tráfico de drogas e a associação para o tráfico de drogas em um condomínio residencial do Programa Minha Casa, Minha Vida em Santo Antônio da Patrulha. Onze mandados de prisão foram cumpridos em Santo Antônio da Patrulha e os 40 mandados de busca e apreensão foram cumpridos tanto em SAP como em Canoas, Nova Santa Rita, Charqueadas e Osório. Além disso, o MPRS pediu o bloqueio judicial de 10 apartamentos no condomínio.
COMO ERA A ATUAÇÃO CRIMINOSA
Além de armazenar drogas em apartamentos próprios e alugados, o grupo também obrigava moradores, mediante ameaça, a guardarem os entorpecentes. Há casos de pessoas que tiveram de abandonar seus apartamentos.
A investigação constatou que a facção, comandada por dois irmãos recolhidos na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, trazia a droga de outra cidade, provavelmente de Canoas, e a estocava em residências próximas e em apartamentos dentro do condomínio.
O grupo adquiriu ou alugou cerca de 20 apartamentos no residencial em Santo Antônio da Patrulha, os quais eram utilizados para moradia, fracionamento e armazenamento de drogas. A venda dos entorpecentes ocorria em frente ao condomínio, à luz do dia, e os moradores que não colaborassem com essa prática eram obrigados a deixar o local. Além disso, perpetuava a lei do silêncio, pois os moradores não se sentiam seguros em denunciar os envolvidos com o tráfico de drogas no local, por medo de represálias.
A OPERAÇÃO
Pelo Ministério Público, a operação Retomada foi conduzida pelos promotores de Justiça Camilo Vargas Santana, de Santo Antônio da Patrulha, e João Afonso Silva Beltrame, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A Operação também contou com 210 policiais militares e 41 viaturas da Brigada Militar com atuação do efetivo do CRPO Litoral, 8º BPM, 2º BPAT, Comando de Polícia de Choque (CPChq) e Batalhão de Operações Especiais (Bope).
COMO COMEÇOU
A Operação se originou quando o 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), em abril deste ano, entregou ao Ministério Público de Santo Antônio um relatório sobre o tráfico de entorpecentes no residencial, composto de 240 apartamentos. A partir disso, o MP solicitou apoio ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para diligências judiciais, que acabaram resultando na operação integrada, visando combater o tráfico de drogas no local, liderado por um grupo criminoso oriundo de Canoas.
O promotor de Justiça João Afonso Silva Beltrame, coordenador do Gaeco, justificou as prisões dizendo que “os requisitos necessários para o decreto de prisão estão presentes, uma vez que a associação dos investigados fomenta o tráfico de drogas na região, podendo inclusive gerar outros delitos autônomos como furtos e roubos praticados por usuários de entorpecentes, a fim de continuar sustendo o vício, gerando, assim, um grave abalo à ordem pública local”. Para Beltrame, “a adoção dessa medida extrema é a única forma de desarticular a associação criminosa desvelada e garantir o bom andamento da marcha processual”.
Para o comandante Regional de Polícia Ostensiva do Litoral (CRPO Litoral), tenente-coronel Ney Humberto Fagundes Medeiros, a atuação conjunta da BM e do MPRS demonstra, mais uma vez, que a parceria dos órgãos alcança resultados contundentes no combate à criminalidade.
Conforme o comandante do 8º BPM, major Fábio Hax Duro, o nome da operação remete ao objetivo da Brigada Militar e do MPRS de resgatar a tranquilidade de moradia para inúmeras famílias da área. “Realizamos um trabalho intenso com Inteligência e ações efetivas, que vêm dando resultados, há quatro meses, para o combate ao tráfico nesse local e a outros crimes associados a ele, promovendo, por consequência, a possibilidade de famílias retomarem uma vida segura no residencial”, declarou o major Hax.
DESTINAÇÃO ADEQUADA DOS IMÓVEIS
Após a operação Retomada, o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MPRS, Júlio César de Melo, acompanhado dos promotores de Justiça João Afonso Silva Beltrame, Camilo Vargas Santana e Graziela da Rocha Vaughan Veleda, visitou o condomínio residencial do Programa Minha Casa Minha Vida. Estiveram presentes também, o prefeito de Santo Antônio da Patrulha, Rodrigo Massulo, alguns de seus secretários e vereadores da cidade que foram convidados para irem até o Residencial.
Matéria condensada do MP Litoral (Marcelo Kervalt)e CRPO Litoral (Jussara Pelissoli) com complemento da FOLHA PATRULHENSE
Fotos: Tiago Coutinho (MP) Jussara Pelissoli (CRPO Litoral) e Folha Patrulhense