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No comércio, clima é de otimismo para as vendas de Dia dos Namorados

Lojistas têm perspectivas de crescimento e melhora na economia nos próximos meses

Priscila Milán

“Temos que ser sempre otimistas porque é o melhor a fazer. Temos que trabalhar porque nada virá de graça. Precisamos ter o pensamento aberto para nos reinventar.” Esse é o caminho para os lojistas que almejam êxito nos negócios, mas estão cientes de que o atual cenário econômico apresenta vários aspectos desfavoráveis. É o que destaca o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gravataí (Sindilojas), José Rosa.

“Estamos num ano muito atípico, com tantas coisas acontecendo: final de uma pandemia, guerra, inflação. Isso tudo gera intranquilidade, desconfiança. Estamos dispostos a tudo para melhorar e, ao mesmo tempo, com um certo receio porque vivemos um momento de disputa eleitoral e a economia é muito dependente dessa questão. Qualquer um dos candidatos fala algo e isso mexe no dólar, no câmbio, na economia de uma forma geral. Mesmo assim existe a possibilidade de crescimento nas vendas”, afirma.

No município, o empresário estima que o comércio possa registrar um aumento de 20% nas vendas para o Dia dos Namorados, em comparação ao ano passado. Nesse sentido, a data comemorativa é considerada uma das melhores pelos comerciantes, perdendo em movimento apenas para o Natal e o Dia das Mães.

Para o presidente do Sindilojas, a tendência é de crescimento nos negócios para os lojistas da região. Ele acredita na expansão do comércio varejista junto ao desenvolvimento dos empreendimentos imobiliários e da instalação de novas empresas, que têm trazido mais pessoas para cá e, consequentemente, aumentado o consumo em diferentes segmentos.

“Gravataí tem potencial. Temos muita gente da capital morando nos belos condomínios da cidade. O comércio está crescendo também. E em todos os setores, temos ótimos estabelecimentos, casas que não perdem para os grandes centros”, salienta.

Apesar das boas perspectivas para as vendas neste Dia dos Namorados, José Rosa aponta que a movimentação nas lojas, em busca do atendimento presencial, ainda sofre as consequências das mudanças impostas aos empresários e consumidores no enfrentamento ao coronavírus.

“As pessoas estão se libertando desse caos, aos poucos estão saindo disso tudo que a pandemia gerou. Elas ficaram muito tempo em casa e continuam cautelosas para saírem. Mas vamos ter que saber conviver com a situação. Acho que a Covid vai continuar como a gripe. Teremos que nos cuidar, como sempre, e seguir a vida”, diz.

Compras antecipadas e bons negócios

Apesar do hábito de muitos brasileiros deixarem as compras para a última hora, este ano, com o Dia nos Namorados no domingo, os comerciantes têm percebido a antecipação dos clientes. O proprietário da loja Viva Modas, Vitor Hugo Schott Bender, conta que o movimento em busca de presentes para a data tem sido satisfatório, assim como foi no Dia das Mães. A meta de crescimento nas vendas da empresa, nesse período, é de 15%.

“As expectativas são boas. Temos que ser sempre otimistas! Ano passado foi razoável, 2020 foi terrível. Acredito que a economia, mês a mês, vai retornar ao normal. Sabemos que não teremos milagres, que as coisas não acontecerão rapidamente, mas que é preciso fazer algo”, comenta. “Entendemos que o custo de vida está elevado e isso pode atrapalhar os negócios, mas a loja está preparada”, acrescenta, explicando que o estabelecimento aposta em promoções, espaço decorado em datas especiais, uma vitrine que chame à atenção dos consumidores, além de não descuidar do estoque para atender às necessidade da clientela.

Apesar de dificuldades, sobretudo no primeiro ano de pandemia, quando tiveram que fechar outra loja, Vitor afirma que os negócios tiveram uma melhora significativa na Viva Modas, em especial após o início das divulgações em canais digitais. A empresa passou a investir na captação de clientes pelas redes sociais e isso surtiu efeito, ampliando o número de pessoas que se interessam pelos produtos e vão até o local para conferir as novidades e, em muitos casos, efetuar a compra.

Na Floricultura Beija-Flor, a meta de incremento nas vendas de Dia dos Namorados também é de aproximadamente 15%. Segundo a gerente, Ariane Peixoto, com a diversidade de presentes oferecida pela empresa, como flores, cestas, bebidas e outros artigos, tanto para o público feminino como masculino, o movimento tem sido muito bom. Ela frisa que outro aspecto interessante para os clientes e que colabora para a concretização das vendas é a facilidade da entrega dos produtos. “As vendas estão sendo muito boas nas datas comemorativas, às vezes, até melhor do que antes da pandemia”, revela. A floricultura já contava com divulgação e vendas por canais digitais, porém fortaleceu essa estratégia nos últimos anos, o que vem colaborando para os bons resultados.

Pesquisa da Fecomércio-RS

Em levantamento divulgado recentemente pela Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) consta que a intenção de comprar algo para o(a) namorado(a) foi destacada por 34,1% dos entrevistados. O gasto médio por pessoa seria de R$ 190,37. Quanto ao local preferido para aquisição dos presentes, o centro das cidades lidera o ranking, com 53,0% da preferência dos consumidores. Os shoppings estão em segundo lugar (22,1%), seguidos das vendas pela internet (12,5%). Peças de vestuário são apontadas como os produtos prediletos para presentear os pares, sendo referidas por 32,7% dos participantes da pesquisa. Entre os primeiros da lista também estão perfumes e cosméticos (22,9%) e chocolates (12,7%).

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