Festival contou com quase 5 mil pessoas presencialmente e ótima qualidade nas composições
Após dois anos de saudade entre público e artistas, a Moenda da Canção voltou em grande estilo. Com as dependências do Ginásio Municipal Caetano Tedesco lotadas, o festival teve ótima qualidade musical, muita emoção e shows arrebatadores.
O sentimento de reencontro do público com o festival e músicos foi o fio condutor das três noites da Moenda. Após dois anos sem ser realizada presencialmente todos puderam matar a saudade do ambiente de confraternização.
A primeira noite já foi marcada pela grande inovação. A Moendinha abre o palco consagrado da Moenda para os jovens talentos da música regional. No caso para as jovens cantoras que foram predominantes interpretando todas as oito músicas da competição.
As jovens intérpretes dominaram a 1° edição. A participação das mulheres cantoras sempre foi uma característica da Moenda. Além de Fernanda Lopes, melhor intérprete, o palco recebeu ainda Juliana Spanevello e Analise Kirchoff, além de Adriana Sperandir e Márcia Freitas que cantaram os hinos do Estado e do município, e Luiza Barbosa o hino nacional. Ela também foi apresentadora da Moendinha junto com alunos das escolas municipais. Foi para as instituições de ensino que a Moenda foi levada nos meses que antecederam o festival com os alunos retratando em desenhos as músicas deste ano.
Dafne Magnus, cantando Dança dos Trigais, foi a vencedora da categoria Mirim e Maria Fernanda Costa da Juvenil interpretando Amorável. A noite ainda reservava a 11° Moenda Instrumental. Um espetáculo de virtuoses e ritmos que empolgou os espectadores. Tus Besos, um candombe de Fernando Leitzke, e Canivete Suíço de Samuca do Acordeon, uma chacarera foram as classificadas para final.
Ao fim da sexta-feira (12) Renato Borghetti e Quarteto – Daniel Sá, Vitor Peixoto e Pedrinho Figueiredo – deram a pitada final de encanto a noite que já era espetacular.
No sábado subiram ao palco 14 músicas interpretadas por grandes nomes da música regional brasileira. Tuny Brum, Fernanda Lopes, Roberto Borges, Jean Kirchoff e Analise Severo, Pyetra Hermes, Cícero Gonçalves, Zebeto Corrêa, Juliana Spanevello, Ricardo Bergha, Pedro Guerra, Kako Xavier, Maurício Barcelos e Jader Duarte trouxeram toda a diversidade de ritmos que é uma marca da Moenda. Junto a eles grandes instrumentistas.
Ao fim, após o espetacular show de Zé Alexanddre, vencedor do The Voice Kids + e integrante do júri junto de Maria Luiza Benitez, Renato Júnior, Diego Müller e Paulinho Goulart, 10 composições foram anunciadas para a final.
No domingo a ansiedade tomava conta do Ginásio. A medida que as canções eram apresentadas a vibração do público aumentava. E a ansiedade também para saber quem seriam as vencedoras.
O show do grupo MAS BAH, com vocais afiados e um repertório cheio de clássicos, músicas autorais e muito bom humor, antecedeu a premiação.
Odilon Ramos e Arli Corrêa perto das 23h30 anunciaram as vencedoras – veja a lista completa na página ao lado -. Antes da divulgação da grande campeã, mais emoção.
Nilton Júnior, presidente do festival, chamou toda a equipe de “Moendeiros e Moendeiras”, abnegados que não medem esforços para a realização do festival, ao palco. Agradeceu ao grupo pelo trabalho incansável, ressaltou o apoio da Prefeitura Municipal e a importância dos produtores culturais João Bosco Ayala Rodriguez e Renato Morais para a viabilização do projeto de Lei, via Pró-Cultura e Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que também foram ao palco. “Este ano a Moenda teve 100% de captação através de empresas de nossa cidade que acreditam no festival e em Santo Antônio da Patrulha. E isso tem que ser comemorado. Obrigado Da Colônia, De Mello, Qualicoco e Arroz Massulo”, disse ele.
Nilton não esqueceu de saudar e convidar a receber homenagens duas pessoas que são muito importantes para a Moenda e para a captação de recursos junto a Toninho Aguiar.
O casal Antônio Carlos Maciel Monteiro e Carmem Alminhana Monteiro emocionaram a todos e era visível a emoção de ambos. Em seu pronunciamento Belocão, como é carinhosamente conhecido, salientou a importância da comunidade na construção comunitária da Moenda. “Ela é grande e deu certo porque quando um cantor sobe ao palco ele tem o silêncio e a resposta adequada do público. E isso nos diferencia dos demais festivais. E o povo de Santo Antônio da Patrulha construiu essa imagem belíssima, nós construímos algo muito grande com o apoio de todos os prefeitos”, concluiu.
Em seguida, Saudade Açoriana de Erlon Péricles interpretada por Jean Kirchhoff e Analise Severo teve sua apresentação no telão indicando que a canção era a grande vencedora da 35ª Moenda arrebatando o troféu Cantador.
Logo após a tradicional foto de todos artistas no palco, ficou a saudade e expectativa para a 2023 em mais uma Moenda da Canção com a certeza de um grande espetáculo.