“Tem imenso fundamento científico, há mais de 50 anos, sobre a importância das vacinas”, afirma o médico Dr. Augusto Capeletti, acrescentando que basta lembrar que não há mais surtos de sarampo, tétano, coqueluche e a tuberculose, estando controlados porque a maioria da população está vacinada. “Assim será com a Covid-19 e só as vacinas nos salvarão”, frisa o médico.
Indagado sobre a negação de pessoas sobre a eficácia do imunizante contra aquele vírus, Capeletti é claro ao destacar: “No mínimo são pessoas que não querem enxergar a realidade. Estes, são os piores cegos, os que não querem ver”.
PIORES MOMENTOS
O conhecido médico relembra os momentos mais tristes da pandemia no ano passado: “Lembrem que no Rio de Janeiro e São Paulo, um dos piores momentos da pandemia, foi quando as funerárias não davam vencimento para enterrar os cadáveres vitimados pelo Novo Coronavírus. Não havia mais covas disponíveis nos cemitérios, as prefeituras usaram retroescavadeiras para abrir covas diretamente no solo dos cemitérios, para enterrar pessoas mortas pelo vírus, sem velórios, sem muitos familiares que puderam se despedir de seus entes queridos. Será que estes cegos esqueceram isso?”, indaga o médico.
VACINAÇÃO
Na avaliação do Dr. Capeletti, esse quadro não se repete este ano, apesar da disseminação mais rápida do vírus “porque temos quase 70% da população já vacinada e o vírus não está conseguindo causar mortes como no ano passado. Este é o milagre das vacinas e é por isso que estamos tendo poucas mortes este ano”.
Augusto Capeletti afirma não ter dúvidas de que se não fossem as vacinas, hoje estaríamos na mesma situação do ano passado: uma mortalidade alta, cemitérios tendo que abrir valas de retroescavadeira para poder enterrar os mortos pelo Covid, hospitais com UTIs superlotadas e caminhões frigoríficos na frente dos hospitais para “guardar” os cadáveres até o momento do enterro. Capeletti vai direto ao pedir que “os senhores da terra de nomes ilustres, que parem de atrapalhar a vacinação”.
Adianta o médico que hoje, quem está nas UTIs com Covid, de cada 10 pacientes, 8 são não vacinados. E estes, são os que estão morrendo mais.
VACINE-SE
“Portanto, quem ainda não se vacinou ou está só com uma dose, corram e façam suas vacinas. Se estão com medo dos efeitos, procurem o médico e não fiquem “indo atrás” do que publicam na internet. Vejam a realidade relatada acima, vejam quem está publicando na internet. Há muita gente maldosa publicando inverdades na internet e se fazendo de entendidos”, sentencia o médico.
FESTAS
Augusto Capeletti concorda que as festas de fim de ano impactaram no grande aumento de casos, “mas não foram as festas familiares, as festas que seis ou dez pessoas se reuniram para confraternizar. Foram as multidões que se deslocaram para as praias, se concentraram em locais, mesmo ao ar livre, com mais de 100 pessoas. O vírus fez a sua festa também. Encontrou muitas bocas e nariz sem máscara e entrou. Quando voltaram, ou já estavam doentes ou trouxeram o vírus para suas cidades e residências. O resultado está aí, para todos verem. Até os cegos mentais não podem negar. A disseminação do vírus está muito alta”.
Capeletti apela para que as pessoas continuem seguindo os protocolos sanitários para reduzir a disseminação do vírus.
ÔMICRON
O Dr. Capeletti concorda com a afirmação de cientistas de que a variante ômicron pode representar o fim da pandemia. “Digo que esta variante significa uma atitude de desespero do vírus. Como não estava mais conseguindo se disseminar rápido e nem matar muita gente, porque as vacinas estão impedindo e dificultando a sua reprodução, e com isso o vírus ele se modificou, fazendo uma mutação para se reproduzir mais rápido. E isto está enfraquecendo. Se chegarmos a 95% da população vacinada até o final de abril, a pandemia poderá terminar e teremos um inverno tranquilo”.
Mas ele lembra que, com o inverno há outros vírus letais como o H1N1 e o H3N2, além do próprio Covid que poderá se transformar, ficando ainda mais forte e resistente.
Contudo, apela à todos para que se cuidem e lembra: o Covid tem tratamento.
“Mesmo com os poucos estudos existentes, temos tido êxitos valiosos e estamos acumulando experiência e conhecimento. Mas isto não substitui a vacinação. Tratamento é quando a pessoa está doente. Vacine-se porque somente este imunizante, conseguem superar os momentos difíceis. Usem máscara e álcool em gel”, finaliza o conhecido médico.