Filme que explora o imaginário popular sobre o Morro Itacolomi terá sessões de estreia neste fim de semana

O curta-metragem “Pedra Menina” narra as histórias e lendas que cercam o patrimônio natural de Gravataí, misturando performance artística e relatos da população local

Símbolo de Gravataí, o Morro Itacolomi ganhará neste final de semana um filme sobre suas histórias e lendas. O curta-metragem Pedra Menina tem duas sessões de estreia marcadas para sábado (23/10), às 21h, e domingo (24/10), às 20h, no YouTube. Em ambas as datas, a produção ficará disponível para o público durante duas horas e contará com tradução em libras e audiodescrição para garantir a acessibilidade do conteúdo.

Com direção coletiva de Camila Tauchen, Ketelyn Scrittori e Giuliana Heberle, o projeto busca fortalecer a relação dos moradores de Gravataí com o morro representado em seu brasão, fazendo ecoar o conhecimento popular sobre o Itacolomi e registrando de forma perene a memória da cidade. O título do filme foi inspirado no próprio Morro: Itacolomi significa “menino de pedra” em tupi-guarani.

“São muitas histórias incríveis que inspiraram um filme de certo modo experimental, que também busca trabalhar a capacidade narrativa da performance. Não sabemos como vai ser a recepção do público: talvez nosso filme incomode, agrade ou decepcione. Tudo isso faz parte, mas a ideia realmente é tocar de alguma forma e chamar a atenção para a riqueza cultural e ambiental que envolve o Itacolomi”, afirma a diretora de fotografia Camila Tauchen.

Na narrativa, uma protagonista explora o Morro Itacolomi, instigada pelos mistérios que rondam o lugar. Lá, as lendas contadas pelos moradores da região ganham vida e movimento a partir de três personagens interpretados por uma atriz e performer. Segundo essas histórias, o casarão situado no topo do morro teria sido construído na época da Segunda Guerra Mundial por dois alemães fugitivos. Com a descoberta do esconderijo, o local supostamente teria se transformado em um bordel e, após, teria sido comprado por um médico. Entendendo as lendas como narrativas fantásticas que intensificam fatos históricos, Pedra Menina deixa a pergunta: qual o limiar entre o que realmente aconteceu e o que circula entre as gerações de moradores da região?

Além de preservar a memória da cidade, o curta-metragem também tem um propósito fundamental: sensibilizar a população sobre a importância ambiental do Morro Itacolomi. Trata-se de um dos raros pontos do Rio Grande do Sul onde ainda é possível encontrar Mata Atlântica, considerada o bioma mais ameaçado do país, com apenas 12% da vegetação original conservada. No Itacolomi, a Mata Atlântica constitui a vegetação predominante. O Morro abriga ainda cinco cursos d’água, afluentes das sub-bacias do Rio Gravataí e do Rio dos Sinos.

Já a fauna da área é constituída por mais de uma centena de espécies – entre aves, répteis e mamíferos. O Instituto CAAPORA – Cultivar, Preservar e Regenerar a Natureza, fundado pelas proprietárias de 157 dos mais de 300 hectares do Morro Itacolomi, estuda a possibilidade de transformar a área delas em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Tal categorização facilitaria a organização de atividades como proteção de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas científicas e manutenção ecológica das Áreas de Preservação Permanente (APP).

Para saber mais sobre o projeto, acompanhe a página oficial do curta-metragem no Instagram @filme_pedramenina.

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