Em uma entrevista concedida ao Jornal NH, um comerciante que havia sido citado pela própria vítima como parceiro de negócios com ele, afirma que não o conhecia e que só negociava com o morador de Novo Hamburgo que agora está preso.
Na citada reunião, este comerciante de carros usados, cujo nome foi omitido na entrevista, segundo a vítima mencionou antes de viajar para Santo Antônio, ele também estava presente, mas ele nega isto como se pode constatar nesta entrevista que ele concedeu àquele Jornal:
“Deus do céu. Vendo carros, mas fechou essa revenda em fevereiro”, sustenta o comerciante do litoral. Ele admite, no entanto, que mantinha negócios com o sócio hamburguense do empresário mineiro – um morador do bairro Canudos de 30 anos preso na terça-feira (6) como principal suspeito do desaparecimento.
“Mas nunca falei com esse rapaz de Minas Gerais. Nem estava em Santo Antônio naquele dia.” Apesar da menção na ocorrência do desaparecimento, o comerciante garante que sequer foi procurado pela Polícia.
REPÓRTER: Por que sua revenda e seus telefones estão na ocorrência do desaparecimento?
COMERCIANTE: A Polícia correu atrás de um monte de gente e não entrou em contato comigo. Graças a Deus não tenho nada a ver com isso. Naquela manhã, eu tinha levado meu piá e meu sogro ao hospital para fazer exames. O desaparecido eu nem conheço. Já esse cara de Novo Hamburgo me causou um prejuízo de R$170 mil. Nem tenho mais revenda. Fechei em fevereiro, mas tenho carro para vender. Não sei como fui ser envolvido nessa ocorrência. Podem ter entrado numa revenda qualquer aqui em Santo Antônio e dito que era comigo. Estou em uma crise nervosa.
REPÓRTER: Como e quando conheceu o vendedor de Novo Hamburgo?
COMERCIANTE: Consegui o número dele por indicação. É um repassador. Perguntei se tinha preço bom, disse que sim, e começamos a negociar há mais ou menos um ano. Comprava dele e vendia. Como vou adivinhar que havia algo errado? Como no início deu certo, tirei dinheiro do banco pra comprar esses carros e agora ele me fez isso. Não me entregou os veículos nem devolveu o dinheiro. Brigamos há duas semanas porque ficou me devendo.
REPÓRTER: Sabia que ele pegava carros desse empresário de Belo Horizonte?
COMERCIANTE: Ele trazia de vários lugares, de carreta, mas não sei especificamente de onde. Soube que até quebrou uma loja em São Paulo. Ele é repassador. Eu faço a venda final. Mas, acho que não vou mais, porque me envolveram nisso… É tanta preocupação que nem sei o que dizer. Não devo nada para ninguém. Só sai lesado. Não sei o que faço.
REPÓRTER: Ele é bom vendedor?
COMERCIANTE: Se encostar a mão no teu ombro, te convence. É muito “labiento”. Gente fina, ninja em vendas. Tanto eu conseguia vender para tudo que é parte, pelas margens de preços e pela trova. Arrumei dinheiro na frente para ele, antecipei e perdi.
REPÓRTER: O que você sabe do caso do desaparecimento?
COMERCIANTE: Estou sabendo da confusão. A mulher dele (empresário mineiro), me ligou na sexta à noite (dia 2) e perguntou: “Tu passou o dia com Samuel?” Perguntei: “quem é Samuel!?”
Disse a ela que não conheço ninguém de Minas. Daí ela perguntou se conheço o (nome do hamburguense suspeito) e se sabia onde ele estava. Respondi que o conhecia, mas que não sabia onde mora.
REPÓRTER: O que acha que aconteceu?
COMERCIANTE: Alguma coisa aconteceu, se não apareceu nesses dias”.