BAILE DE MASQUÊ: Obra de Luciano Peixoto discorre sobre máscaras e mascarados

A Fenacan deste ano, além do retorno ao formato presencial, será o cenário perfeito para muitas novidades. Como a do lançamento de uma obra falando sobre uma das mais caras tradições folclóricas do município: os Bailes de Masquê, onde os homens dançam, com alguns caracterizados como mulheres e utilizando máscaras. O patrulhense Luciano Peixoto, que é integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Santo Antônio da Patrulha, está lançando uma obra relatando e resgatando para a história, esta bela encenação.
Saiba mais sobre “Máscaras e mascarados nas festas e Cavalhadas no Brasil”, lendo esta reportagem.

O SURGIMENTO
“Este livro é um segmento do outro Livro “Baile de Masquê nas Cavalhadas em Santo Antônio da Patrulha” que foi publicado em 2011. Após a publicação, que foi tema de Pós-Graduação, foram surgindo outros fatos, outras fontes, que vieram fortalecer a tese”, afirma o autor.
Luciano explica que desde criança ouvia seu avô Horácio Bento que foi dançarino do Baile desde 1918, quando dançou pela primeira vez na festa do Divino Espírito Santo na então Vila de Santo Antônio”, recorda para prosseguir: “Uma das coisas que sempre ouvia em seus relatos é que o Baile ocorreu em uma guerra, porém sem muitas explicações, sendo que é esta a narrativa até hoje transmitida pelos Mestres do Grupo. Minha Avó Amália (Dona Doca) tinha um oratório, o balcão tinha duas portas e dentro era cheio de máscaras, chapéus, vestidos, casacos estampados. Nesta época meu avô já não dançava, mas dançou porque já era tradição de família e os filhos também dançavam. Meu pai que era genro, também dançava, então era muito comum brincar com as máscaras quando criança, tanto que eu participei a primeira vez em 1982 com 12 anos em uma festa no Campestre, quando o Paixão Côrtes veio filmar a apresentação e fui incentivado pelo Mestre do Grupo da época Neri Ramos ou Neri Braiz, primo do Meu Pai”, recorda Luciano.
Ao longo das pesquisas ele disse que percebeu e encontrou a relação dos mascarados com as cavalhadas que deve ter ocorrido por um período de quase 100 anos na cidade, sendo que a partir das mudanças de local da Igreja matriz e o surgimento de igrejas no interior do município passou se a encenar estes folclores fora do centro da Vila.

CARLOS MAGNO
A tradição, pelo que Luciano pesquisou, é antiquíssima: “O Livro traz novos fatos da presença dos mascarados na Obra “A História do Imperador Carlos Magno e os doze Pares de França “publicado pela primeira vez em 1527, na qual eu mesmo li uma versão deste livro que não constava o fato. Com isso, foi possível confirmar a presença dos mascarados em outras cidades no interior do Brasil que têm cavalhadas e festas com a participação dos mascarados em diversas formas”, explica o autor.

ORIGEM
A origem provavelmente no caso o nosso Baile de Masquê é uma contra dança que surgiu na Europa no século 18, porém oriundas das danças camponesas e posteriormente aliada às proibições das mulheres que não podiam fazer teatro e dançarem em público, onde se encontram muitas citações de Reis de Portugal. Por exemplo: quando mandavam vir para suas festas Mouros e Mouras que sabiam dançar e cantar porque ao Árabe e ao mouro era permitido se expressar, enquanto que na Europa Cristã haviam muitas proibições, sendo introduzida pelos padres jesuítas e posteriormente incorporadas as festas religiosas no Brasil Colônia.

VILA PALMEIRA
O Baile de Masquê tem maior número de simpatizantes na localidade de Vila Palmeira. Luciano Peixoto explica: “A Vila Palmeira no início chegou a se chamar Vila Nova em referência a Vila de Santo Antônio, com a formação de uma vila após a mudança do trajeto da estrada velha pela nova em 1900 e que hoje é a ERS-030”.
E o autor continua: “A Vila Palmeira foi palco de muitos acontecimentos da sociedade Patrulhense, tanto que o Grupo de Baile de Masquê foi reorganizado na década de 1940 e desde então permanece na comunidade, sendo que é a continuação do grupo original. E desde 1915 o organizador das Cavalhadas era o Patrono do nosso CTG, Pedro Elisbão da Silveira, que permaneceu até 1958”.
O lançamento da obra será no próximo domingo, 14 de agosto, às 16h30min na Feira do Livro junto a Fenacan. “É um livro recheado de fotos coloridas do Baile de Masquê e outros grupos do Brasil”, relata Luciano Peixoto e ao finalizar dá a dica:
“Máscaras e mascarados nas festas e Cavalhadas no Brasil”, vai estar junto ao estande do Grêmio Literário Patrulhense.

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