Com voz rouca, resultado da chuva caída nos dias da prova, corpo quente e sereno da madrugada, Alex Freiberger, um dos maiores ciclistas gaúchos, acaba de conquistar um feito mundial: percorrer no pedal o equivalente a três alturas do monte Everest, o mais alto da Terra que tem 8.848 metros.
Foi entre quinta-feira e domingo no trecho entre a subida do Arroio do Carvalho e a divisa com o Caraá, quando percorreu 991 km completando 26.544 metros que, na soma, totalizam as três alturas do pico tomado como base para a prova.
Utilizando uma Mountain Bike e uma Speed, ele iniciou a tão sonhada prova às 10 hs da manhã de quinta-feira (13) disposto a ir até o fim.
Setenta e nove horas depois, ou seja, às 17h30min de domingo (16), ele finalmente descansou. Estava vencido o desafio! E com ele, duas proezas: o único latino-americano a completar aquela prova e o 28º no mundo a atingir aquele objetivo!
COMO FOI
Enfrentando chuva, com o corpo suado e o sereno da madrugada, Alex conta que só tinha tempo para dormir duas horas e seguir pedalando.
Mas depois de concluir a prova, dormiu 14 horas seguidas.
“Subi pedalando 354 vezes aquele trecho e agora conheço cada pedrinha daquele percurso”, brinca feliz o jovem ciclista para comemorar: “Agora entro para o hall da fama no site do Everest.”
GRANDE PÚBLICO
Seus amigos que o acompanharam incentivando-o na prova brincaram com o campeão dizendo que ele conseguiu mais público do que em alguns eventos tradicionais. Afirmou que um público calculado entre 300 e 400 pessoas o assistiram nos quatro dias da maratona.
Não recebeu dinheiro por isso, mas a alegria de ser um dos melhores do mundo!
ERA GORDINHO
Pedalando há seis anos, quando começou para emagrecer (tinha 94 quilos), ele hoje está com 70 kg. Mantém uma alimentação controlada para garantir a forma física e tem a assistência da nutricionista Bruna Guinchesky.
Não cansou, mas teve desgaste acentuado na musculatura e agora pretende ficar dois meses sem competir, o que muitos duvidam que consiga.
SEM PATROCÍNIO
Atualmente sem emprego, Alex, que não tem mais patrocínio, corre por amor ao pedal. Mas com certeza outras empresas surgirão para deixar sua marca na camiseta de um dos maiores ciclistas do mundo.