A notícia desta tarde divulgada pela jornalista Rosane de Oliveira, em GZH, caiu feito uma bomba sobre o meio político de Gravataí. Segundo Rosane, o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, está de saída do MDB. O motivo seria a intenção de Zaffa de concorrer à reeleição no próximo ano. Entretanto, com a grande influência que o ex-prefeito Marco Alba tem no partido e a possibilidade de ele também querer disputar o pleito de 2024 – embora, até agora, o ex-prefeito não tenha se manifestado sobre futuras eleições –, Zaffa avalia que a sua candidatura ficaria inviabilizada pelo MDB.
“Vou sair para me proteger e poder disputar a reeleição, já que o nosso governo tem uma avaliação excelente, e o MDB está me desrespeitando”, disse Zaffa à colunista de política, que publicou a informação em primeira mão, no site de GZH. Segundo a publicação, o atual prefeito da cidade pretende ficar sem partido e definir filiação mais próximo do pleito.
A informação movimentou as redes sociais, já que Alba foi quem deu a bênção e capital político para Zaffalon concorrer em 2020 – antes do início da campanha, Zaffalon, que nunca havia concorrido a nenhum cargo político, tinha pouco mais de 1% das intenções de voto. Graças ao apoio e apadrinhamento do ex-prefeito Marco Alba, elegeu-se com mais de 52% de votos.
Diante de um eventual embate entre Marco e Zaffa – criador e criatura, como se diz no meio político –, o eleitor de Gravataí vai viver o chamado bom dilema: se os dois representam um mesmo projeto, que está transformando a cidade, qual critério usar? Independentemente do cenário, a régua da eleição estará muito acima do que se viu em outros tempos, quando a Prefeitura se ressentia de uma série de providências.
Por ora, a única manifestação pública e aberta é do prefeito Zaffalon, que já havia antecipado a correligionários de que estaria de saída do MDB e de que procuraria uma outra sigla para concorrer. As especulações são muitas e passam por partidos com perfil ideológico de direita ou de centro, no máximo. Nesse contexto, PSDB, PP e Novo se apresentam como alternativas. Outra especulação é sobre o destino do próprio MDB no governo Zaffa, se o partido seguirá com seus quadros na administração, já que responde pelas principais secretarias.
Com relação ao ex-prefeito Marco Alba, até agora ele não se manifestou sobre as próximas eleições. O que se tem constatado é o movimento de líderes emedebistas enfatizando o nome de Alba como o preferido para a sucessão de Zaffalon. Essa situação, inclusive, seria uma das causas do desconforto do atual prefeito, que reclama da falta de reconhecimento do seu partido em relação ao seu governo. Alega se sentir desrespeitado.
A situação se assemelha à que ocorreu entre os então petistas Daniel Bordignon e Sérgio Stasinski, em 2008. Após os dois mandatos de Bordignon, Stasinski ganhou o pleito de 2004 com o apoio de Bordignon e pretendia concorrer à reeleição, mas foi impedido pelo então correligionário. Por decisão da Justiça Eleitoral, porém, Bordignon teve sua candidatura impedida e acabou apoiando a candidatura de Rita Sanco, que foi eleita, mas cassada em 2011. Desde então, Gravataí tem sido gerida por candidatos do MDB (Acimar Silva, Marco Alba e Luiz Zaffalon).