O réu Luiz Antônio Barbieri, que respondeu pela prática de homicídio triplamente qualificado (feminicídio) e por crime conexo de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, praticado contra sua ex-esposa Maraline Pardim em 6 de janeiro de 2023, foi condenado na noite de sexta-feira (04/04) pelo Tribunal do Júri a 23 anos e 2 meses de reclusão.
A sentença foi proferida pelo Juiz Dr. Rafael Gomes Cipriani Silva, que presidiu o primeiro júri de sua carreira.
“Foi um caso realmente complexo e tenho a agradecer aos serventuários da Justiça, ao Dr. Camilo Santana pela atuação e a Dra. Karen do Nascimento que atuou na Defesa, bem como aos jurados por todo o trabalho realizado.”
JÚRIS
O magistrado também anunciou novidades sobre a realização dos júris na Comarca.
No dia 16 (quarta-feira) às nove horas haverá um novo júri. E depois em junho, provavelmente outros dois. No entanto, a intenção do Magistrado é realizar um júri por mês para desafogar a pauta. Assim, este mês serão dois júris, em maio não haverá e em junho outros dois. Posteriormente deverá ser realizada uma média de um júri mensalmente.
Quanto ao número de processos ele reconhece serem elevados, porém está conseguindo reduzi-los. “Vamos conseguir aumentar a força de trabalho para reduzir esta carga e prestar um serviço melhor para a sociedade.”
O próximo deverá ser no dia 16 deste mês.
DEFESA
A advogada de Defesa Dra. Karen do Nascimento disse que irá recorrer da sentença. Ela defendeu a tese de ausência de dolo e desqualificação. “Com certeza, vamos recorrer por entender que o crime não aconteceu da forma como foi descrito.”
ACUSAÇÃO
Já o Promotor de Justiça Dr. Camilo Vargas Santana disse que está satisfeito com a decisão dos jurados que acolheram integralmente a tese sustentada em Plenário, inclusive com as qualificadoras imputadas. Ademais, mostraram-se extremamente atentos aos debates.
O Promotor analisa eventual recurso, pois entende que a pena deveria ser mais alta, em razão da gravidade e das consequências do fato.
O FATO
No começo de janeiro de 2023, a vítima Maraline Pardim, que estava residindo em São Paulo de onde era natural, e que estava separada há 3 anos de Toninho, retornou ao Estado para buscar alguns pertences, tendo vindo com o filho que tinha 8 anos na época, porque o pai manifestou desejo de rever a criança. Como pretendia retornar em seguida ao seu Estado e não tendo onde pernoitar, resolveu passar a noite na casa onde havia morado com seu ex-marido. Na manhã do dia seis, quando pretendia deixar a residência, teria sido alvejada com um disparo de arma de fogo. Levada agonizante ao Hospital de Santo Antônio da Patrulha, ela não resistiu, vindo a falecer.
Sua irmã, Maria Isabel disse através de mensagem pelo WhatsApp (ela está em sua casa em São Paulo), logo após a sentença, que a Justiça foi feita. “Infelizmente não traz minha irmã de volta, porém traz afago aos nossos corações.”