Superlotação do HSAP preocupa e administração pede compreensão

A superlotação dos hospitais gaúchos é um problema que se agiganta à medida que se aproxima o inverno. E a mostra está à vista de todos com instituições hospitalares não conseguindo atender à demanda. E não está sendo diferente com o Hospital de Santo Antônio da Patrulha, da Associação Hospitalar Vila Nova.
Há dias em que há uma procura muito maior, como explica o diretor administrativo Jeremias da Silva.


PRESSÃO
“Estamos com números excessivamente altos neste período. Num paralelo sobre o ano passado, estamos trabalhando com uma pressão muito grande sobre a emergência e isso em todo o Rio Grande do Sul.
Com a nova cepa da H1N1 vemos que boa parte da população tem sido acometida por esta cepa e isso acarreta um volume muito grande na emergência”, explica.
DEMANDA AUMENTOU
A partir de março, tem sido crescente a busca e demanda das emergências. Porém não são casos graves, mas de baixa ou média complexidade que estão acometendo a população.
Em torno de 200 a 216 pessoas na média, principalmente nas segundas e terças-feiras.
Os números mais do que dobraram nesse período. Antes, em janeiro/fevereiro, eram em média 110 atendimentos/dia. Em março mais que dobrou o número de pessoas. Mas todos estão sendo atendidos, não deixamos de atender ninguém.
Por isso, peço a compreensão da população. Temos capacidade instalada.
Estou muito agradecido aos profissionais médicos, porque dobra o volume de atendimentos e o nosso profissional está capacitado para atender a todos. Pode haver demora, mas vão ser atendidos. Há casos de demora de 7 a 8 horas.
PROTOCOLO MANCHESTER
O HSAP da Associação Hospitalar Vila Nova adotou o Protocolo Manchester que funciona da seguinte forma: Trata-se de um sistema de triagem por cores, adotado em hospitais de todo o mundo.
Desenvolvido na década de 90, ele é utilizado em diversos sistemas de saúde. Quando o paciente chega ao hospital é feita a triagem e somente uma pessoa capacitada tecnicamente, que é um enfermeiro, pode fazer este tipo de avaliação. Na triagem são conferidos os sinais vitais, ouvidas suas queixas e a dor/dia que sente. Conforme os sinais clínicos ele é classificado.
CLASSIFICAÇÃO
Cor vermelha: Emergência imediata: Geralmente o paciente já sai da ambulância direto para o atendimento. São casos como o infarto
Laranja: Muito urgente, no máximo dez minutos para ser atendido.
Grupo Amarelo: Atendimento, mas não é considerado emergência. Leva até uma hora para ser atendido, mas geralmente são atendidos em 30 minutos.
Neste grupo se encaixam as pessoas com mais de 80 anos. São atendidos automaticamente independentes dos sintomas que apresentem, porque as pessoas têm que entender que no Sistema de Saúde o prioritário é a vida.
São dois médicos e um pediatra na emergência, afirma Jeremias, acrescentando que eles atendem todos os protocolos.
Se for pensar em urgência e emergência seriam apenas amarelo, vermelho e laranja.
Verde: Pouco urgente. São os casos menos graves, que exigem atendimento médico mas podem ser assistidos no Posto de Saúde. O paciente leva em média de 2 horas a 2h e meia para ser atendido.
E a última categoria é o azul: não urgente, que são os casos de menor complexidade. São os casos em que o paciente deve ser acompanhado no consultório médico do posto de saúde.
“Entendemos a angústia da população, mas todos têm que obedecer estes critérios e protocolos”, salienta Jeremias.
Com relação aos pouco urgentes e não urgentes, caso passe de quatro horas, será feita reclassificação e avaliação do estado clínico do paciente. Ele sempre estará sendo visualizado neste tempo.
ATENDIMENTOS DIÁRIOS
Em fevereiro foram 95 pessoas. No dia 1ª de março foram atendidas 149 pessoas. Em abril 175 pessoas por dia. Esta curva vem subindo em função das doenças respiratórias. Estamos nos preparando para o inverno.
E um dado que chama a atenção: oitenta por cento dos pacientes são classificados como azul e verde.
E para confirmar o aumento dos atendimentos, até dia nove de abril último, 1.319 pacientes foram atendidos. E a previsão é de que, até final deste mês, sejam 4.400 atendimentos. Já no inverno, o número de atendimentos previstos preocupa: aproximadamente 6.000.

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