Numa noite abafada, com temperatura de 35 graus centígrados registrados depois de um dia de calor sufocante que beirou os 38 graus, uma Missa festiva celebrada pelo Padre Adalberto Lumertz Borges, após ser revitalizada pela prefeitura municipal, foi reinaugurada a emblemática Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, localizada na descida da Rua Antônio Xavier, coincidindo com o Dia do Enfermo instituído pelo Papa São João Paulo II.
Aproximadamente 130 pessoas, utilizando suas cadeiras de praia, acomodaram-se para a celebração litúrgica que teve cânticos do Grupo Semeando tornando aquela, uma noite cheia de muita espiritualidade.
Para abençoar os fiéis, o celebrante pediu que o prefeito Rodrigo Massulo utilizando uma caldeira de água benta, coletasse o líquido de um ponto onde existe uma vertente agora canalizada.
O padre lembrou do local que serviu como ponto de orações, mas que no decorrer dos anos praticamente caiu em desuso, tendo até mesmo sido frequentado pelo que denominou de “irmãos dependentes”, mas que terminou sendo revitalizado pela prefeitura municipal com o que o local voltou a ser atrativo e ponto de referência para momentos de oração. Uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes foi recolocada numa pequena gruta e abençoada pelo celebrante.
O prefeito Rodrigo Massulo lembrou que a imagem, que é em tamanho maior do que a original, estava recolhida à prefeitura para não ser depredada como estava ocorrendo. A atual – como explicou o celebrante – está protegida por uma grade de ferro para evitar que vândalos tentem novamente destruí-la.
A seguir publicamos um relato que nos foi fornecido pelo nosso colaborador e historiador Jaime Müller a respeito da origem da gruta que foi idealizada por uma senhora que, com o esposo, moravam na localidade de Arroio do Cartucho onde o marido de Maria Giachino cultivava um parreiral para a produção de vinhos. Eis o texto de nosso colaborador:
“A gruta Nossa Senhora de Lourdes fica num local calmo, rodeado pela natureza, ao lado de uma vertente natural que muitos consideram prodigiosa. Foi idealizada e construída em 1942, por Maria Carraro Giachino, com a colaboração dos amigos, para homenagear Maria Santíssima. Foi um local de orações durante a 2ª Guerra Mundial, onde fiéis rezavam pela paz e pelos soldados brasileiros que se engajaram na luta, ao lado dos aliados.
As mulheres da época, também lavavam as roupas da casa e tinham a companhia de cobras cipós (cobra verde), que faziam malabarismos nas árvores mas não incomodavam as lavadeiras.
As terras, inicialmente, eram de propriedade de uma senhora chamada Silvina. Quando de seu falecimento seu filho “Chico Ramos”, herdou a propriedade. Alguns anos depois o senhor Chico também faleceu e a sua viúva, a senhora Alice Camardelli, vendeu a terra para a empresa Osório Lopes e Cia.
De 1939 a 1945 houve a 2ª Guerra Mundial, no Brasil inteiro, faziam-se arrecadações para ajudar os nossos soldados e também se rezava muito por eles. Então em 1942, a senhora Maria Carraro Giachino, teve a ideia de aproveitar a gruta natural e conseguiu transformar o local em peregrinação de devotas de Nossa Senhora de Lourdes com a autorização dos proprietários da empresa Osório Lopes. Ela comprou uma imagem de Nossa Senhora e desde então, o local foi sendo melhorado e cuidado por zelosas moradoras do entorno. Dona Maria fazia rifas, leilões e até bailes, para tornar o local mais aprazível, inclusive suas jóias ela vendeu para ajudar na construção da gruta. São 81 anos de muita oração no local e todo dia 11 de cada mês, o pároco da Igreja Matriz da Cidade Alta, vem ao local para celebrar uma missa, sempre às 15:30 horas. Hoje a prefeitura faz a manutenção do local”.
Outra senhora, também de nome Maria, Maria Mercedes, certa ocasião, mandou colocar no altar uma placa que tem a foto de dona Maria Carraro Giachino e diz o seguinte: “Homenagem a Maria Carraro Giachino, fundadora desta gruta em 1942.” Infelizmente esta placa não se encontra mais no local. (2023).”
A devoção teve origem na França, no pequeno povoado de Lisieux quando Nossa Senhora apareceu para uma humilde camponesa em várias oportunidades. Em uma delas, como não havia água no local, pediu que a jovem abrisse com as mãos um buraco na terra junto à gruta da Aparição, de onde jorrou água que nunca mais cessou e que, com os anos, foi canalizada para que doentes ali se banhassem em busca da cura. Conforme o Pe. Adalberto, muitos saíam curados, mas nunca houve caso de que alguém, por ter entrado naquela piscina, tivesse contraído qualquer doença por ter entrado num local frequentado por milhares de devotos do mundo inteiro.
Matéria com a colaboração de Jaime Müller com parte da história local e fotos.

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