Representantes dos municípios de Santo Antônio da Patrulha, Osório, Tramandaí e Glorinha estiveram presentes em uma manifestação pacífica levada a efeito no sábado (30/11), no balneário da Lagoa dos Barros.
Sob um forte sol, várias pessoas subiram em um palco improvisado em frente ao restaurante ali existente para protestar contra a decisão judicial que autorizou o reinício das atividades da Estação de Tratamento de Esgotos, construída há alguns anos na outra margem da Lagoa em Osório, e que começou no dia primeiro de novembro a despejar o esgoto, dito pela Corsan como tratado, nas águas daquele verdadeiro santuário ecológico.
ORGANIZAÇÃO
A manifestação foi promovida pelo Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e de Auto Sustentabilidade (IDEAAS), com o apoio da Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores e várias entidades. Organizado por Marcio Gomes, a bióloga e moradora Sueli Lang dos Santos, o assessor jurídico do município, Dr. Luciano Amorim, a Dra. Ana Clara Maciel e o vereador Valtair Andrade, o evento destacou a necessidade urgente de preservar a Lagoa dos Barros, que segue sendo utilizada para lazer e atividades recreativas, além de ser um recurso natural fundamental para a biodiversidade.
Diversas faixas exigindo a suspensão das operações antes que a lagoa fique totalmente incapacitada para qualquer uso, foram colocadas enquanto a manifestação teve continuidade.
HINO DA LAGOA
Um dos momentos que chamou a atenção foi quando todos cantaram o Hino da Lagoa, letra de Joelson Oliveira e Sinara Foss, interpretado por Marli de Castilhos Porcher e sua filha e acompanhado por todos os presentes.
Defensores do Meio Ambiente dos dois municípios banhados pela Lagoa (Santo Antônio e Osório), foram unânimes em condenar o que está acontecendo naquele tradicional balneário.
PRONUNCIAMENTOS
As entidades presentes e que defendem a preservação do Meio Ambiente, se pronunciaram criticando a reativação da ETE e alertando para os problemas futuros que poderão surgir, caso a decisão judicial não seja revogada.
O prefeito Rodrigo Massulo disse não ser contra ETEs, mas que a situação seja debatida em comum acordo para evitar danos irreparáveis em futuro próximo, já que a lagoa é um corpo hídrico fechado. “Ela está ameaçada em função da reativação da Estação de Tratamento de Esgotos. Enquanto patrulhenses e particularmente como prefeito não medirei esforços para buscar juridicamente a reversão deste funcionamento. Não somos contra estações desta modalidade pois sabemos de sua necessidade, mas não na Lagoa dos Barros por uma questão muito simples: ela possui um corpo hídrico fechado e isso certamente coloca em risco a manutenção da vida de nossa lagoa, que lá na frente pode servir de fonte de abastecimento para a nossa população, inclusive atestada através do nosso Plano Municipal de Saneamento assinado inclusive pela Corsan mais ou menos em 2019. O Município, através de estudos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, vai pedir judicialmente para trancar o funcionamento da Estação de Tratamento de Esgotos denunciando este crime ambiental em todas as instâncias possíveis como já estamos fazendo.”
Do mesmo pensamento comunga o Dr. Luciano Amorim, que se manifestou totalmente inconformado com a atual situação. “Estamos muito contentes com este movimento que representa o que a população pensa já que ela não foi ouvida. Estamos muito otimistas quanto às medidas judiciais administrativas e políticas que ainda vamos adotar em defesa da nossa lagoa”.
Ele defende os interesses do Município desde que a Estação de Tratamento de Esgotos do município vizinho foi construída sem que as autoridades patrulhenses e ambientalistas tivessem sido previamente ouvidas.
Não apenas o aspecto turístico e ambiental foram levantados, mas também o fator econômico, já que a poluição poderá comprometer a produção do arroz e a criação de gado, uma vez que produtores utilizam a água da lagoa em suas lavouras.
PRESENÇAS
Participaram do ato, o prefeito Rodrigo Massulo, o vice-prefeito Marcelo Gaúcho, secretários municipais Jassira Castro e Dirceu Machado, os vereadores André Selistre, Ezequiel Peixoto, Jacira Santos, Jorge Eloy de Oliveira, Sergio Airoldi (canário), Valtair Andrade (Pelado), Antônio Vieira Dias, Gabriel Diedrich, João Luis Moreira (Bacana) e Valdir Silva, além de representantes de diversas entidades, como o Movimento Unificado em Defesa do Litoral Norte Gaúcho (MOVLN/RS), com a presença de Ane Ramos, o professor Eduardo e Argeu, da Associação dos Moradores da Lagoa dos Barros de Osório, Paulo Terra, presidente do movimento Amigos da Natureza 01 de Glorinha, Márcio Darlan, e o presidente da Associação Amigos da Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí, Hélio Bogado.
Calcula-se que aproximadamente 300 pessoas estiveram presentes, mas alguns organizadores esperavam um público ainda maior.
Em colaboração com as Assessorias de Imprensa da Câmara de Vereadores e Prefeitura Municipal.
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