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Mulher caçambeira: a história de uma jovem que é motorista da Secretaria de Obras da Prefeitura

Você está acostumado a ver no dia a dia, as caçambas e demais máquinas da prefeitura municipal tendo ao volante motoristas homens.
Mas, já viu uma mulher ao volante de uma caçamba da municipalidade? Pois é exatamente sobre isso que vamos falar, porque mostra que a Mulher continua ocupando, cada vez mais espaços em todos os setores.
Com 31 anos de idade, mãe de dois meninos de 10 e 6 anos, Jéssica Silveira de Oliveira é motorista de caçamba da Secretaria Municipal de Obras, Trânsito e Segurança.
Orgulhosa da profissão que exerce, ela conversou com a reportagem da FOLHA PATRULHENSE, afirmando que desde pequena, sempre conviveu com o trabalho do seu pai, que é freteiro. “Ele sempre teve caminhonete ou caminhão, e sempre estive junto. Então, desde cedo, quis dirigir e, com o passar do tempo, ter a profissão de motorista, com foco em caminhões”, relata Jéssica, para acrescentar: “Pretendo sim seguir na profissão e, futuramente, se Deus quiser, ir para a estrada viajar.”
Seu trabalho hoje na prefeitura, é com a equipe da rede pluvial, mais conhecida como rede de esgoto, onde são feitas as manutenções e a instalação de encanamentos novos.
A jovem motorista conta que foi muito bem recebida pela equipe e a maioria dos colegas sempre a respeitou.
“Agradeço especialmente ao meu coordenador por ter me dado a oportunidade de integrar a equipe. No entanto, por parte de alguns colegas, que em 90% são homens, algumas vezes é mais difícil. Surgem algumas piadas ou até mesmo o comentário de que mulher na direção não combina”, relata Jéssica, reconhecendo que sempre soube que enfrentaria várias situações para estar e fazer o que quer. “Então, acredito que esse preconceito e algumas pessoas ‘sem noção’ talvez um dia diminua, e quanto mais mulheres enfrentarem todos os obstáculos, mais eles verão que mulher pode sim.”
SEM SURPRESAS
Perguntada se sua decisão em ser motorista causou surpresa na família, Jéssica conta que não foi muita porque sempre quis e sempre gostou. “Mas alguns acharam que eu não iria colocar em prática a ideia.”
Para ela, o fato de ser mulher, querer ser motorista num mundo geralmente dominado pelo homem é algo desafiador pelo fato de verem apenas como uma profissão para homens e não para mulheres. “Mas todas que eu acompanho em redes sociais e até mesmo conhecidas de perto sempre lutaram para enfrentar o preconceito e seguir.”
DIFICULDADES E APOIO
Jéssica conclui afirmando que não foi fácil chegar até aqui. “Mas tive e tenho pessoas ao meu lado que me ajudaram no pontapé inicial e que me incentivaram a seguir. Também agradeço muito à VSS Transportes, que foi a única empresa da cidade, entre várias às quais no início pedi emprego, que me abriu as portas sem experiência alguma para me dar a oportunidade de começar. Logo depois, surgiu um processo seletivo onde fiz minha inscrição, mas sem expectativa alguma de conseguir por ter pouca experiência na função. Mas estou aqui e todos os dias aprendo e tento fazer o meu melhor.”
NUNCA DESISTIR
Por fim, ela deixa este conselho: “Que todas as mulheres que querem essa profissão não desistam. É difícil sim, mas nunca impossível. Cada “não” que recebi até chegar aqui só me fez entender que desistir não é o caminho. O preconceito, as piadinhas, os comentários de pessoas que não têm noção só mostram o quanto a gente tem que erguer a cabeça e mostrar que podemos e que vamos ocupar o espaço onde os homens acham que só cabe a eles.”

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