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Leptospirose: Município não tem casos confirmados

Casos de leptospirose (doença provocada pela urina dos ratos em contato com a pele humana), teriam surgido em Santo Antônio da Patrulha depois dos últimos ciclones, porém nenhum deles confirmados oficialmente até agora.
A doença, de acordo com a literatura médica, é transmitida entre os animais e dos animais para o homem, sempre pelo contato da urina do animal com a pele do homem. Não é contagiosa e portanto, não se transmite de uma pessoa para outra.
Surgiram, pelo menos dois casos suspeitos no município, ambos em pessoas do sexo feminino.
Uma destas pessoas conversou com a reportagem da FOLHA PATRULHENSE, falando sobre sintomas e como as pessoas devem se prevenir.
Magda Cardoso, a conhecida Meg, que atua na Defesa Civil foi uma das pessoas que trabalhou incansavelmente desde o primeiro dos três últimos ciclones, passando dias inteiramente molhada e com isso, disse que terminou sendo contagiada pela leptospirose por estar sempre presente em vários locais alagados.
A DOENÇA
“Contraí leptospirose juntamente com hepatite A há duas semanas do primeiro ciclone. Os sintomas eram agulhadas no corpo, mal estar, parecido com uma gripe. A única diferença eram dores no corpo parecidas com fisgadas, principalmente nas costas e nas articulações. Mesmo assim me precavi. Tive febre de 38 graus. No dia seguinte fiquei deitada com dores no corpo, falta de ar e na madrugada de sábado para domingo tive bastante febre chegando a 39 graus. Minha irmã me medicou com dipirona, mas a febre retornou ao anoitecer, mas sempre suspeitando de que fosse uma gripe. Não conseguia caminhar, tinha azia, náuseas e dores abdominais insuportáveis. Fui ao Posto de Saúde onde o médico me pediu uma bateria de exames, mas a marcação era somente para agosto e não pude esperar porque as dores eram muito fortes”, relata Meg ao falar sobre os sintomas iniciais da doença.

O DIAGNÓSTICO
Ela afirma que foi quando procurou o Dr. Paulo Bier que a examinou, solicitando um Raio X do pulmão, mas que não acusou nada de anormal. Voltou para casa, mas disse que piorou muito e então procurou o hospital. Estava com febre de 40.9 graus e no hospital disse que teve algo parecido com uma convulsão. Num dos exames feitos, o de urina a coloração era parecida com uma coca-cola. O médico que a atendeu no hospital disse que tudo indicava que estava com suspeita de leptospirose e hepatite. Mas os exames é que diriam qual o tipo de hepatite. Foi determinada a sua internação e começou a tomar antibióticos. Começou a sentir uma leve melhora, mas um outro médico em outro plantão decidiu dar-lhe alta, mesmo ela estando bastante ruim como afirmou. “Mas aos poucos comecei a me sentir melhor”.

RESTRIÇÕES
Magda já voltou ao trabalho, mas não pode fazer exercícios físicos. Tem que ter acompanhamento médico até que a situação se normalize por completo. Um problema que ela continua sentindo é com relação ao fígado que está ainda com índices alterados. Segundo Meg apurou, a leptospirose provoca colestase, que evolui para icterícia, que é uma das principais características da doença. A colestase consiste em uma diminuição ou interrupção do fluxo biliar.
Mas Meg tem fé de que a situação se normalize por completo em breve.
Ela faz este relato para alertar as pessoas para que tenham muito cuidado com contato com água que esteja possivelmente contaminada.
Água de inundações sempre apresentam um grande risco de contrair, não apenas leptospirose, mas outras doenças. Sempre na dúvida, procure um médico.

HOSPITAL NÃO CONFIRMA CASOS DE LEPTOSPIROSE
O diretor técnico do HSAP da Associação Hospitalar Vila Nova, Dr. Fabiano Fogaça Dias, por sua vez, afirmou que no caso de Meg, o que foi confirmada foi a hepatite A, que tem sintomas parecidos com a leptospirose.
No Hospital de Santo Antônio da Patrulha há uma outra paciente internada com os mesmos sintomas.
Quanto a essa outra doença, o caso é tratado apenas como suspeito, já que não há exame laboratorial que ateste possível caso de leptospirose.
Antes da internação de Meg, um outro paciente também chegou a ser hospitalizado com os mesmos sintomas logo após o ciclone.
E mais recentemente uma mulher está hospitalizada igualmente com sintomas, porém até agora não confirmados.

VIGILÂNCIA DIZ QUE SITUAÇÃO ESTÁ TRANQUILA
Conforme Luiz Rogério Gomes, Coordenador da Vigilância Municipal em Saúde, até o momento não há casos de leptospirose no município.
“Até o momento não há nada laboratorialmente confirmado até porque já se passou bastante tempo”, afirmou, salientando que a situação no município relativamente à esta doença está bem tranquila até o momento.

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