A 2ª Vara do Forum de Santo Antônio da Patrulha depois de muito tempo, volta a ter juiz titular.
Na quarta-feira (05), assumiu aquela função a Dra. Ana Paula Furlan Teixeira.
Natural de Porto Alegre, ela tem sua origem no Ministério Público onde atuou como Promotora de Justiça durante dois anos no Mato Grosso.
No ano passado prestou concurso tendo sido nomeada em julho para a comarca de Parobé onde atuou na Promotoria de Infância, Juventude e Violência Doméstica.
Aberta ao diálogo, Ana Paula tem como prioridades de trabalho a infância e a juventude bem como a atuação contra a violência contra a mulher.
TRABALHO EM SAP
Afirmando que seu trabalho tem a criança e o adolesscente como principal foco, destaca que tão logo chegou, fez uma campanha de entrega de cestas de Páscoa e foi até às duas casas-lar para entregar os presentes à elas porque precisava conhecê-las.
DIÁLOGO
Diferenciando sua forma de trabalhar nas audiências, ela afirma que o diálogo olho no olho é fundamental para que se inicie uma forma de solucionar problemas que lhe são apresentados no dia a dia.
“Gosto de falar com a criança e com o adolescente olhando nos olhos para entender os seus problemas”, afirma a Magistrada, por entender que assim o encaminhamento de soluções se torna mais fácil. Na sua visão, muitas vezes a criança e o adolescente não encontram nos cuidadores sociais a abertura necessária para expor o que os está afligindo.
BANALIZAÇÃO DO MAL
Já a violência nas escolas, ela o define como a banalização do mal, porque não é apenas nos lares mais carentes, mas até mesmo em locais onde se imagina que isso possa acontecer com a criança entendendo como normal, e isso precisa mudar.
Segundo o que afirma a Juíza da Infância e da Juventude, o que está acontecendo na atualidade e o que mais choca é reflexo da sociedade de hoje. O corre-corre do dia a dia faz com que aumente o estresse, as pessoas se irritam com mais facilidade e isso reflete nas escolas. Até nas pequenas coisas isso se reflete. Ela lembra que antigamente as coisas se resolviam com mais facilidade, mas hoje a situação é diferente.
SOCIEDADE DOENTE
O Tribunal de Justiça está com um projeto de ir às escolas para ver estes pequenos conflitos conversando com os alunos. “Estamos numa sociedade que está doente e precisamos trabalhar na solução dos conflitos de maneira consensual para que as crianças não cometam delitos como têm visto em filmes e na TV”.
OLHAR OLHO NO OLHO
Por isso, falar diretamente com a criança e o adolescente é muito importante, porque o olhar olho no olho pode ser o começo de soluções que antes poderiam parecer difíceis. Este, o entendimento da Magistrada que defende esta proximidade com a criança e o adolescente para entender suas angústias e indecisões.
AGRADECIMENTOS
Por fim, agradece à boa receptividade que teve junto ao Fórum, tanto do Juiz Dr. Felipe Palopoli como dos demais colegas de trabalho.
“Espero poder contribuir bastante com esta cidade. Vi que esta Vara está muito desprovida de juízes.
Fui advogada por muito tempo e sei o que angustia um processo parado por muito tempo”.
E neste caso – finaliza a Magistrada – com a elevação da Comarca para entrância intermediária haverá um olhar diferente por parte do Poder Judiciário com a possibilidade de mais juízes e mais servidores.
- Sto Antônio, Sto Antônio – Geral