A Juíza de Direito Dra. Ana Paula Furlan Teixeira, está se lançando a uma campanha que tem como finalidade promover uma aproximação com as mulheres que enfrentam situações de violência doméstica, para com elas conversar e orientá-las sobre como buscar o necessário apoio do Poder Judiciário.
“Pedi para falar sobre as medidas protetivas e sua importância e também como forma de estabelecer um canal entre o Ministério Público, o Poder Judiciário e as mulheres que muitas vezes são vítimas silenciosas da violência doméstica têm medo de nos procurar.”
O QUE FAZER
A Juíza aconselha a elas para que procurem a Delegacia, venham até o Poder Judiciário ou o Ministério Público. “Temos um trabalho para acolhê-las. Quando houver uma medida protetiva e sejam intimadas a comparecerem a uma audiência, venham sem medo, porque é uma audiência só no nome, porque é mais uma conversa, estando na sala eu, a Dra. Graziela e a minha estagiária. Não há mais ninguém. É uma conversa entre mulheres.”
HOMEM; PROIBIDA A ENTRADA
“O homem agressor, sequer pode entrar no Fórum nesse dia porque queremos dar este espaço para a mulher nos contar o que está acontecendo, se as medidas protetivas deram certo. Muitas vezes a gente defere as medidas protetivas, mas que por um motivo ou outro, não estão sendo cumpridas. Se elas não derem estas informações à Juíza e à Promotora, não há como agir.”
CONFIANÇA
“Quero que vocês confiem no Ministério Público e no Poder Judiciário e relatem o que está acontecendo, venham aos nossos encontros e não tenham medo da gente, venham com o coração aberto, porque estamos aqui para ajudá-las.”
INFORMALIDADE
Um dos projetos que a Dra. Ana Paula deseja implantar, é no sentido de que as audiências de acolhimento não sejam na sala de audiências propriamente dita, “mas num local mais acolhedor porque embora seja uma intimação, ali somos mulheres e passamos mais nossa experiência como mulher e não como magistrada ou promotora. Não é algo formal e muitas pedem desculpas porque choraram ou porque falaram. Mas ali é um espaço da mulher e o que é dito não é gravado porque queremos ajudar de alguma forma. Pela minha experiência, vejo que só o fato da mulher falar, já ajuda, porque há algumas que não relatam as agressões em casa para familiares ou amigos por vários motivos. E nestas audiências não sou a juíza que vai julgar, mas sim aquela que vai acolhê-las, tentar de algum modo mostrar que existem caminhos, que há um aparato legislativo e judicial para protegê-las, porque a pauta da violência doméstica é um assunto muito enfatizado no Tribunal de Justiça. A desembargadora Jane Vidal é bem atuante neste sentido e a gente fala de mulher para mulher, olho no olho. O relato que vem para mim nos processos não abrange tudo porque ou foi um terceiro que escreveu ou na hora não foi possível relatar, porque o papel não traz toda a realidade, e por isso é importante conhecê-las, para que o meu trabalho possa melhorar a vida de vocês, mulheres”.
COMO FALAR COM A JUÍZA
Essas audiências são marcadas, bastando que a mulher entre em contato com o Fórum e solicite que deseja entrar em contato com a Dra. Ana Paula. Sempre que precisarem, ela está à disposição, pois pode atendê-las entre uma e outra audiência. “Às vezes a mulher vítima de violência pode pensar que não existe solução, mas pode ser que entre uma palavra ou outra, já há como direcioná-la a algum caminho ou indicar à ela uma luz no fim do túnel,” conclui a Dra. Ana Paula Furlan Teixeira.