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Jovem levada no colo pelo vice-prefeito para ver show, fala sobre sua experiência

Com 28 anos de idade, ela não parece ter uma deficiência desde praticamente o seu nascimento.
Viviane Cassia Tomacheski dos Reis reside em Caraá e no domingo à noite fez o que para ela já é habitual: Se deslocar até uma cidade onde esteja acontecendo um show com algum artista preferido e chegar até perto deles para obter um abraço, um beijo e um carinho. E desta vez, veio à Santo Antônio da Patrulha para conhecer de perto Guilherme & Benuto. E foi muito bem recebida. Tanto que ficou próximo ao palco e foi nos braços do vice-prefeito Marcelo Gaúcho, após ser convidada pelo prefeito Rodrigo Massulo, que chegou aos dois artistas.
Mas quem é esta jovem que de um momento para o outro foi figurar nas redes sociais e agora na FOLHA PATRULHENSE para alcançar mais um sonho?
RECÉM-NASCIDA
Ela relata à reportagem que nasceu prematura de 7 meses e meio, pesando apenas 850g. E com 4 dias de vida ficou roxinha, pela falta de oxigenação cerebral. “Essa pequena falta de oxigenação afetou a parte motora do meu cérebro e por isso não consigo andar sozinha. Apenas com ajuda”.
A jovem conta que, pelo seu parto ter sido prematuro precisou permanecer por um tempo no hospital para ganhar peso e ser liberada para ir com os pais para casa. Para se locomover, costuma utilizar um andador em praticamente todos os eventos.
FORMAÇÃO
Formada em Tecnologia em secretariado pelo Grupo Uninter que fica em Curitiba, no Paraná, onde estudou como bolsista, hoje também é estudante bolsista de marketing pela universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Mas seu sonho é cursar Publicidade e Propaganda.
Já trabalhou por cinco anos na prefeitura de Caraá como estagiária. Hoje desenvolve suas atividades em home office em uma agência de publicidade e marketing que fica em Porto Alegre como Social Media há quatro anos e meio relatando que seu chefe e proprietário da empresa, sempre lhe dá todo o apoio quando o assunto é eventos.
ACESSIBILIDADE EM SHOWS
Viviane dos Reis conta que deseja cursar Publicidade e Propaganda para poder trabalhar em uma produtora de eventos também em home office para que, quando se tratar de planejamento/organização de eventos gostaria de ter participação ativa e ser a responsável justamente pelo cuidado da área para PNE, e consequentemente facilitar a compreensão de que esse tipo de shows precisa ser acessível para todos os públicos, explicando que já esteve em mais de 20 shows sem nunca receber um “não” e que camarim é uma consequência do reconhecimento que sempre teve de todos.
SEM STATUS
“Meu objetivo não é ganhar o status de famosa com isso, mas sim se um dia for para alguma produtora ou até mesmo rádio estar aberta para novos aprendizados e propostas, até mesmo na área de marketing. Mas num futuro próximo pretendo ficar somente nos bastidores de eventos cuidando dessa parte sem aparecer para que todos se sintam bem no mesmo lugar que eu me sinto, sempre que vou a algum show e vejo que o meu direito é respeitado”, destaca.
De acordo com a jovem entrevistada, acessibilidade é um direito, não é bla, bla, bla! “Vou ser bem sincera: Não existe dor maior (Quem gosta de alguém ou é fã vai me entender), do que você ouvir: ‘Olha bem para eles, porque essa é a primeira e a única vez que isso vai acontecer com você’. Ouvi isso no ano de 2011, no primeiro evento que fui e como não conhecia ninguém e não se falava muito em acessibilidade naquela época eu simplesmente baixei minha cabeça e engoli o choro. No mesmo instante senti a presença de Deus ali. Vale ressaltar que se hoje vejo isso acontecendo, falo mesmo!”, relata Viviane.
IMAGEM
Viviane dos Reis revela que leva em todos os shows de que participa, uma imagem em miniatura de Nossa Senhora Aparecida que fica à cabeceira da sua cama, estando convicta de que Nossa Senhora estava ao seu lado ali no momento em que assistia ao show e que a segurou no colo para que não fosse embora do evento mesmo tendo acabado de chegar.
Devido à sua experiência, recomenda a todos com dificuldades de locomoção quando forem a algum show façam como ela: fiquem perto do palco. “Isso para qualquer evento, não apenas no caso da Fenacan que foi perfeita em relação a isso. (Tínhamos o espaço, era de frente para o palco, quem estava lá conosco nos respeitou. Todos sabiam que queríamos ver o show como pessoas normais). Mas esse carinho não é em todos os eventos, creio que não é nem o respeito que falta, mas sim a empatia mesmo. Cada organizador deveria se colocar no nosso lugar por um minuto que seja e pensar: Se fosse com nós, como iríamos agir?”
O GESTO DO PREFEITO E DO VICE
Perguntada sobre sua reação em relação ao gesto do prefeito e do vice em conduzi-la no colo até o camarim para abraçar seus ídolos, Viviane afirma:
“Conhecendo como eu conheço os dois, não esperava que seria outra atitude, mas fiquei bem surpresa sim e sou só gratidão a eles e a toda a produção da Fenacan (nem conhecidos próximos fazem o que eles fizeram por mim no domingo). Nossa amizade vai perdurar por anos no que depender de mim. Espero de todo o coração que eles se reelejam não pelo gesto que tiveram comigo, mas que sejam reconhecidos pelo trabalho, porque Santo Antônio da Patrulha além da FENACAN ganharam meu coração”.
A jovem conclui: “Apesar de não ser o meu objetivo principal expor esse assunto em relação a minha deficiência na imprensa/mídia hoje aplaudo a atitude deles de pé e torço para que eles permaneçam fazendo o bem com humildade e respeito para com o outro”.

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