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IRGA diz que arrozeiros receberam bem a anulação do leilão de arroz importado

Os produtores de arroz receberam com satisfação a anulação do leilão de 300 mil toneladas de arroz beneficiado importado, conforme decisão anunciada nesta terça-feira (11) pelo presidente da CONAB, Edegar Pretto.
A partir da anulação, os mecanismos para a realização de leilão serão revistos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com apoio da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União (CGU). Com isso, o governo busca assegurar que as empresas participantes tenham a solidez que uma operação deste porte exige.
“Nenhum centavo do dinheiro público foi gasto até agora. A segurança jurídica e o zelo com o dinheiro público são princípios inegociáveis. É isso que justifica a decisão tomada”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.


O técnico orizícola e coordenador regional substituto do escritório regional do IRGA de Santo Antônio da Patrulha, Edivane Portela, afirmou ontem (12), que há uma percepção do IRGA como instituição de que qualquer política pública deva levar em conta a valorização dos nossos produtores. “Por isso essa anulação do leilão é positiva para os produtores não apenas do Rio Grande do Sul, mas do Brasil como um todo”.
Indagado se houve prejuízos grandes aos produtores em virtude das fortes chuvas caídas em maio, Edivane afirma: “Com relação aos problemas gerados pela excesso de chuva nas áreas de arroz em geral em nossa região, conforme as águas baixam, ainda estamos levantando em função de que houveram áreas atingidas que ainda estão sendo colhidas”. Mas acrescenta que houve lavouras efetivamente perdidas.
A respeito do montante dos prejuízos causados pelo alagamento dos arrozais, Portela explica: “Nós tivemos 739 hectares atingidos em Santo Antônio de arroz. Destes, 357 são considerados perdidos. De soja nós tínhamos 2.690 atingidos, destes 1.462 perdidos”.
Já em relação ao seguro explica que o IRGA não possui seguro para lavouras atingidas por enchentes, somente para granizo.
Relativamente ao impacto sobre os preços do produto face aos estragos causados na lavoura arrozeira gaúcha Edivane Portela diz que com relação ao aspecto comercial não há um posicionamento da instituição a respeito. “Somente informamos que de acordo com o levantamento semanal feito pelos escritórios do IRGA o estoque de arroz disponível é suficiente para abastecer o mercado interno.”
OS PORQUÊS DA ANULAÇÃO
Segundo levantamento do site G1, o leilão de importação de 263 mil toneladas de arroz foi anulado pelo governo federal nesta terça-feira (11) após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras. O governo pretende fazer um novo leilão.
O evento também estava sendo criticado pelo fato de um ex-assessor parlamentar do secretário de Política Agrícola, Neri Geller, ter intermediado a venda de 44% de arroz no leilão. Por causa disso, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse na terça que Geller havia deixado o cargo à disposição. No entanto, portaria publicada na madrugada de ontem, quarta-feira (12) indica que a exoneração partiu do próprio governo.
Oposição e associações de produtores alegam que houve favorecimento do ex-assessor de Geller, Robson Luiz de Almeida França, que nega as acusações. Em relação à capacidade técnica das vencedoras, o que se tem apontado é que três das quatro vencedoras não são do ramo de arroz ou de importação, o que, segundo analistas de mercado, poderia gerar problemas na operação. Uma delas, conforme o G1 seria ligada à fabricação de queijos.
São elas, conforme apontou o G1 A Icefruit, uma fábrica de polpas de frutas de SP; a Wisley A de Souza Ltda, uma loja de queijos de Macapá (AP); e a ASR Locação de Veículos e Máquinas, de Brasília. Todas, no entanto, têm como atividade secundária o comércio de produtos alimentícios. Essas empresas receberiam recursos do governo para importar e entregariam o produto em unidades da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Por outro lado, nenhuma companhia tradicional participou do leilão, segundo uma das bolsas que operou a negociação.

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