A oposição na Câmara dos Deputados protocolou, nesta quarta-feira (29/3), um superpedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento é endossado por 33 parlamentares, entre eles o deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS). A justificativa para o afastamento do cargo são as seguintes: ameaça em entrevista à autoridade do Poder Legislativo, ataque às instituições de combate à corrupção, ingovernabilidade e incapacidade de aglutinar coesão em torno de um plano de governo no Congresso Nacional.
Em uma entrevista ao vivo para a TV 247, Lula relembrou do tempo em que estava preso em Curitiba. Numa conversa com procuradores, ao ser questionado se estava tudo bem, o então presidiário respondeu que “só vai estar bem quando eu ferrar esse Moro”, disparou. Ao perceber que havia ultrapassado todos os limites da ética e do decoro, Lula pediu aos jornalistas que o entrevistavam para cortar a palavra “ferrar”.
No dia seguinte a esta entrevista, a Polícia Federal deflagrou uma operação para prender suspeitos de preparar atentados contra o senador Sérgio Moro (UNIÃO-PR) e outras autoridades. Lula voltou a falar publicamente no dia 23 de março para dizer, dessa vez em entrevista à TV Brasil, que o plano da facção criminosa PCC era “mais uma armação do Moro”. Na avaliação de Zucco, o Brasil não vai aguentar quatro anos de completo desgoverno. “É uma mistura de incompetência, maldade e rancor. Caminhamos a passos largos para a completa ingovernabilidade”, criticou.
Desde o início da gestão petista, já são três pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados. A admissibilidade dos pedidos cabe exclusivamente ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e não há prazo para esta análise.