A rodovia Marechal Osório, conhecida como Free Way, que liga Porto Alegre a Osório, no Estado do Rio Grande do Sul, completa nesta terça-feira, dia 26/09, trinta anos de construção. Trata-se da primeira autoestrada brasileira construída para ligar o litoral gaúcho a Porto Alegre.
A rodovia nasceu num momento em que o Governo Federal estava investindo em grandes obras rodoviárias, o chamado “milagre econômico”, período que caracterizou a administração do presidente Emílio Garrastazu Médici. O próprio Médici, aliás, inaugurou a rodovia, junto com o então ministro dos Transportes, Mário Andreazza.
Antes da Free Way, a única ligação direta das regiões central, sul, fronteira oeste e região metropolitana da capital gaúcha com o litoral norte ocorria pela RS-030. Esta rodovia de pista simples, bastante sinuosa, já não suportava o tráfego cada vez mais intenso e perigoso, que mesclava veículos de passeio, ônibus e, sobretudo, caminhões, já que, por ali, também entravam e saíam do RS as principais cargas transportadas pelo modal rodoviário.
Tão logo a rodovia foi liberada ao trânsito em 1973, a velha rodovia teve desafogado o seu volume de tráfego o que causou sérios problemas econômicos para Santo Antônio da Patrulha, inclusive porque o município não foi contemplado na época com um acesso, ficando completamente isolado. O município era parada praticamente obrigatória de quem vinha da capital, ou de outros municípios em direção ao litoral, especialmente no verão. A famosa rapadura e o sonho tão tradicionais, sempre foram muito procurados pelos veranistas e com a abertura da freeway o movimento caiu drasticamente.
Uma grande campanha unindo todas as lideranças e entidades locais, bem como a população, foi desenvolvida para que o governo federal autorizasse um trevo de acesso ao município. A luta foi intensa com idas e vindas a Brasília, inclusive com um episódio que marcou época, quando o então ministro dos Transportes Mário Andreazza que se mostrava irredutível a ceder as pressões, foi parado na autoestrada exatamente no ponto onde hoje se localiza o trevo sendo pressionado por centenas de patrulhenses para que autorizasse a construção da melhoria. O tempo foi passando até que num determinado momento veio a notícia: o governo da época finalmente autorizou o tão sonhado trevo de acesso à Santo Antônio. O município começou a se recuperar da estagnação e hoje está num período de desenvolvimento, sendo um dos maiores de sua história no que se refere à mobilidade urbana e setor imobiliário.
Dois meses após a rodovia ser entregue ao público, começou a ser cobrado pedágio. Todavia, em 1989 a cobrança de pedágio foi extinta. Os recursos escassearam justamente no momento em que começava a se firmar o Mercosul, do qual o Rio Grande do Sul é o principal corredor de escoamento de produtos vindos da Argentina, e a BR-290, a partir de Uruguaiana (seu final) seria naturalmente a rota principal, em combinação, mais adiante, com as BR-116 ou 101, esta, margeando o litoral norte até Santa Catarina.
Com a dificuldade do Governo Federal em dispor de recursos para a manutenção da malha rodoviária, foi criado, em 1994, o Programa de Concessão Rodoviária, no qual a Free Way foi incluída. Em 04 de julho de 1997, as construtoras Triunfo, de São Paulo, e SBS, de Porto Alegre, criaram oficialmente a Concepa – Concessionária da Rodovia Osório-Porto Alegre S/A – que passou a administrar a rodovia por um período de 20 anos, já encerrado, assumindo a concessão a CCR ViaSul.
Com o reinício da cobrança de pedágio, no final de 97, a Free Way teve suas pistas acrescidas de mais uma faixa de rolamento, com a configuração provisória de 3,50m (faixas da esquerda e central) e 3,00m (faixa da direita), além de acostamento externo de 2,00m. O acostamento interno foi suprimido. Também foram construídos 130 refúgios, locais que permitem uma parada segura, para emergências ou descanso, à margem da rodovia. Ao mesmo tempo, iniciou-se o alargamento da rodovia, cuja configuração, agora definitiva, passa a contar com três faixas de 3,75m, acostamento interno de 2,00m e externo de 3,00 metros.
Atualmente administrada pela CCR ViaSul, a moderna rodovia está cada vez mais se aperfeiçoando para seguir o projeto original de ser a auto-estrada mais segura do país.
Uma das primeiras medidas tomadas pela CCR foi transferir o pedágio de Gravataí para as proximidades de Glorinha no km 60.
SIMULADO ADIADO
A CCR ViaSul informa que adiou a realização do simulado de acidente com produto perigoso e múltiplas vítimas na Freeway. A ação estava prevista para acontecer anteontem, terça (26), em alusão ao aniversário de 50 anos da rodovia. Dessa forma, a nova data prevista para realização do exercício é no dia 25 de outubro às 14h.
A mudança decorre do empenho das instituições que atuarão no simulado e que desde os últimos dias, vêm trabalhando no auxílio às vítimas do ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul.

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