No dia 26 de abril de 2018, a Folha Patrulhense publicou reportagem sobre um feminicídio ocorrido em 1940 e que teve grande repercussão na sociedade da época: a morte da porto alegrense Maria Luiza Haussler, 17 anos, assassinada por um homem que não teve atendidas suas pretensões de ter um relacionamento íntimo com ela.
No sábado da semana que passou (16/08), esteve em Santo Antônio a cunhada de Maria Luiza, para uma homenagem idealizada pelo presidente da Fundação Museu Antropológico Caldas Júnior Rafael Barcela, no sentido de promover um resgate do episódio ocorrido naquela época.
Como é de amplo conhecimento, o corpo de Maria Luiza foi jogado nas águas da Lagoa dos Barros pelo autor do homicídio.
Inclusive nas fotos que constam na matéria da TV Justiça, publicada em 2018 pela Folha Patrulhense, uma delas mostra o corpo de Maria Luiz sendo retirado das águas da Lagoa dos Barros, onde são vistos os tijolos que haviam sido amarrados ao seu corpo para que ele submergisse.
FATOS E BOATOS
Dona Ingrid Emmer, hoje com 85 anos de idade, dona de uma memória prodigiosa, relatou à reportagem deste jornal, alguns episódios relacionados com o crime, que tomou conhecimento alguns anos depois, já que nasceu exatamente no ano em que tudo aconteceu.
Definindo-a como uma moça muito bonita, dona Ingrid disse que Maria Luiza era muito estudiosa, tendo preferência pela música e Letras. Casada com um irmão da jovem, Ingrid disse que muito do que foi publicado na época pela imprensa porto-alegrense foram verdadeiros e outros não.
Na verdade, Maria Luiza, conforme o relato de dona Ingrid, chegou a namorar o rapaz que, algum tempo depois, se transformou no seu algoz. Esse namoro não tinha o consentimento dos pais.
Mas há desenhos feitos pela jovem e que estão no acervo doado ao Museu pela família de Maria Luiza, onde se vê que a jovem era dotada de excelentes conhecimentos sobre esta arte. Pelo que escrevia na escola, tinha dedicação à música e letras.
DESPEITO
Quando não quis mais nada com ele, o rapaz a matou, fazendo submergir o corpo na Lagoa dos Barros, amarrando para tanto, dois tijolos nos pés da vítima, mas a Polícia da época conseguiu identificar o criminoso, porque os tijolos usados por ele para ocultar o cadáver, haviam sido comprados numa olaria que existia nas proximidades.
VIAGEM NO TEMPO
Enquanto concedia a entrevista à Folha, pouco antes da homenagem no Jardim Imperial, Ingrid pareceu ter retornado 85 anos no tempo, lembrando que a cunhada, de acordo com que a mãe lhe contava, era muito bonita e estudiosa. “Tenho boas lembranças, tenho fotos dela e para nós, foi uma perda muito grande.”
Sobre fatos que teriam sido divulgados por ocasião do homicídio, dando conta de que a vítima tivera antes um relacionamento com a vítima, Ingrid nega, salientando que Maria Luiza morreu virgem. “Ela não foi tocada.”