Uma das soluções é o desvio de água da Barragem do Incra, em Viamão, em uma extensão de sete quilômetros, até o Rio Gravataí.
Um dia depois de o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, cobrar ações concretas por parte da Corsan, no esforço de evitar o desabastecimento de 40 mil economias – o que deixaria sem água em torno de 150 mil pessoas na cidade –, na manhã de sexta-feira (6/1), o diretor de operações da estatal, Milton Cordeiro, acompanhado por um equipe técnica, esteve na prefeitura apresentando um plano de contingências, com ações provisórias. A implementação dessas providências, no entanto, ainda dependem de decreto a ser assinado pelo governador Eduardo Leite.
As medidas apresentadas somente serão levadas a efeito quando o nível do Rio Gravataí, junto à bomba de captação, no Passo dos Negros, atingir cinco centímetros. De acordo com o Boletim de Estiagem da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, divulgado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sem/RS), na sexta-feira, a medição apontava 26 centímetros – abaixo de 50 centímetros a situação é considerada crítica.
São duas as propostas da Corsan para manter o rio com volume suficiente para abastecimento de 60% da cidade – a partir da região do Parque dos Anjos e arredores. A primeira delas prevê o desvio de água do Banhado dos Pachecos (Barragem do Incra), em Viamão, por uma extensão de sete quilômetros, com volume estimado de 400 mil litros por segundo – mesma quantidade do ponto de captação no Passo dos Negros. Como parte dessa estratégia, a Corsan também deverá erguer uma contenção de pedras, de forma provisória, no trecho do rio próximo à Rua Porto Alegre, no Bairro Mato Alto, para assegurar uma boa adução de água.
A Corsan projeta ainda a compra de água de um açude particular, localizada no Barro Vermelho, próximo ao Loteamento Condado Del Rey, a partir de uma canalização que ainda deve ser construída, com um volume de 200 mil litros por segundo. Conforme o diretor de operações, esses trabalhos, se necessários, levarão em torno de dois dias. “Importante ressaltar que essa contenção, que fica próxima ao Caça e Pesca, será provisória, somente enquanto houver a necessidade de represamento, para garantir o bombeamento”, ressaltou Cordeiro.
Com esse conjunto de intervenções, a Corsan estima que conseguirá manter regular o abastecimento de água em Gravataí por 50 dias. “Embora sejam medidas que atenuem o risco de desabastecimento, a situação segue crítica, e a população precisa entender que não pode haver desperdício nem uso desnecessário de água”, reforçou o prefeito Zaffalon.
Com o objetivo de fazer cumprir o Decreto 20.241/2022, que estabelece as diretrizes municipais para a racionalização e combate ao desperdício de água em Gravataí, a Guarda Municipal tem percorrido a cidade, alertando, principalmente, donos de postos de combustível, de revendas e de lavagens de carro. “Até que a Corsan apresente e execute obras definitivas, que resolvam de vez o problema de abastecimento na cidade durante o verão, essa é uma tarefa de todos, tratar a água como o bem mais precioso, com uma atitude cidadã de responsabilidade”, reitera o prefeito.