Com a chuva caída nos últimos dias, a expectativa é de que as culturas voltem a ser revigoradas, evitando-se assim que o prejuízo aumente. Esta, é a grande esperança dos produtores, do prefeito, e das entidades ligadas ao setor lavoureiro.
O secretário municipal da Agricultura e Meio Ambiente que preside o Comitê Municipal da Estiagem concedeu entrevista manifestando a esperança de que a situação climática melhore para alívio dos agricultores.
PREOCUPAÇÃO DE TODOS
Cassius Peixoto disse na semana passada que a falta de chuva não era uma preocupação não só para Santo Antônio, mas para todo o Estado. “Talvez tenhamos um pouco mais de privilégio em relação a outras regiões do Estado que que têm registros de danos e prejuízos muito maiores”, disse Cassius, acrescentando que em cinco de janeiro foi formado um comitê para enfrentamento à estiagem, dele participando a Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, CORSAN, EMATER, Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, IRGA e Associação dos Arrozeiros, lembrando que quando se fala em água, tem que haver referência ao abastecimento humano e à produção agrícola e à pecuária.
Uma reunião com estes representantes aconteceu na semana passada na sede do escritório da CORSAN para avaliar o quadro existente até aquele momento.
Sobre abastecimento hídrico uma localidade que chegou a ser atingida pelo problema foi Lombas, onde diminuiu a vazão do poço que serve às famílias ali residentes, mas que passaram a ser supridas pelos caminhões-tanque da prefeitura municipal.
LEVANTAMENTO SEMANAL
Cassius disse que semanalmente estão sendo coletadas informações, laudos e relatórios sobre perdas, para que se possa avaliar a situação causada pelo período prolongado de estiagem e, se for necessário, a busca de recursos nas áreas federal e estadual para sanar os problemas e nos prepararmos com relação a uma reservação para o futuro, porque a cada ano a crise hídrica aumenta devido à diminuição do volume de chuvas.
Para tanto falou na necessidade de cisternas, açudes e micro-açudes para fazer frente a essas situações relacionadas com períodos prolongados de ausência de chuvas.
Uma reunião com o prefeito Rodrigo Massulo foi realizada semana passada para colocá-lo a par da situação.
PERDAS
Cassius Peixoto citou levantamento prévio feito pela EMATER apontando perdas acima de cinco por cento na cultura da soja, mais de dez por cento nas plantações de cana-de-açúcar, 20 por cento nas plantações de milho, sendo que outras culturas como batata, aipim, feijão e melancia, dentre outras, também sentiram os efeitos danosos da sol inclemente e da falta de chuvas que só foi amainada nesta semana com as precipitações pluviométricas.
Quanto ao arroz, o secretário afirma que não há relatos sobre o cultivo deste cereal que tem peculiaridade um pouco diferente, uma vez que o lavoureiro, quando vai plantar uma lavoura já tem preparada reserva de água, uma vez que essa cultura, tal como sempre foi dito pelos antigos, precisa de água no pé e sol na cabeça, razão pela qual, o arroz passa pelo período de verão sem apresentar problemas, a não ser quando de uma adversidade climática que possa prejudicar o seu desenvolvimento.
CHUVA VAI AJUDAR
Por sua vez, o coordenador municipal da Defesa Civil Miguel Evair concorda que as chuvas desta semana deverão amenizar a situação.
“Os açudes e represas irão juntar água. Mas infelizmente algumas culturas já estão perdidas (algumas plantação de milho e melancia e talvez aipim) mas dá para recuperar alguma coisa”, acrescentou, para concluir: “Porém, não será como era de se esperar. Vamos ver como será o balanço da Emater e IRGA nesta semana”.
ÍNDICES PLUVIOMÉTRICOS
Na segunda-feira à noite, conforme informou nosso colaborador Jaime Nestor Müller, o índice pluviométrico em Santo Antônio da Patrulha já estava atingindo 47 milímetros, chegando em seguida aos 50 milímetros.
“A previsão para os próximos dias é de mais chuvas, incluindo o final de semana. Acho que vai amenizar bastante a situação de pré-estiagem em que nos encontramos”, afirmou.
ALÍVIO
Já o prefeito Rodrigo Massulo, ao ser informado por Jaime dos índices de precipitação das chuvas, se mostrou aliviado: “Isso é muito positivo, dada a estiagem que estamos vivendo. Muitos produtores já tiveram perdas, o que é irreversível mesmo que chova, mas certamente ameniza em relação a perdas futuras. Por isso, ainda não decidimos decretar situação de emergência. Vamos monitorar por mais alguns dias para tomar a decisão”, completou o chefe do Poder Executivo.