Acompanhado de um advogado, Antônio Boeira dos Reis, 66 anos, acusado de ter matado o vizinho, Luiz Augusto Loff, 52, prestou depoimento na tarde de quarta-feira. Para as autoridades, ele alegou legítima defesa. Falou que matou para se defender e vai responder o processo em liberdade.
Conforme o comissário Jair Gonçalves, chefe de investigações da delegacia de homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele contou que estava passando pela rua quando teria sido atacado por Luiz, que armado com uma barra de ferro, o teria agredido. “Disse que se defendeu usando uma faca e que a briga foi por problemas que os dois já tinham anteriormente”, contou.
Depois de prestar o depoimento, ele voltou para casa, pois não houve flagrante. Segundo a polícia, ele vai responder o processo em liberdade. Enquanto isso, as autoridades vão chamar mais vizinhos e testemunha para prestar esclarecimentos e ajudar a elucidar o crime.
A briga que terminou com a morte de Luiz, aconteceu no final da tarde de sábado no Bairro Cavalhada, onde vítima e assassino moravam. E pode ser considerada uma tragédia anunciada. Ele foi esfaqueado várias vezes pelo vizinho. O motivo seria um relacionamento que Luiz teria tido com a mulher de Antônio. Conforme os familiares da vítima, Antônio vinha perseguindo Luiz a mais de ano.
A primeira tentativa de matar aconteceu em 15 de julho de 2014, quando o acusado, acompanhado de M.A.L., atacou a vítima a golpes de faca. Antônio foi ferido na cabeça e braços, sendo socorrido e encaminhado ao hospital. Ele sobreviveu e as marcas da agressão ficaram espalhadas pelo corpo.
Depois disso, em 26 de fevereiro desse ano, mais uma vez Luiz procurou a delegacia. Dessa vez denunciou o vizinho por ameaça. Contou que Antônio quebrou seu carro a pauladas. O motivo, conforme ele mesmo declarou na ocorrência, foi um relacionamento que ele teve com a mulher do acusado.
No sábado(25), Antônio teria aproveitado que Luiz estava com o filho de dois anos e uma de nove, na frente de casa, para mais uma vez tentar contra a vida de Luiz, que, segundo os familiares, foi esfaqueado diversas vezes. Luiz chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.
André, um dos filhos de Luiz, disse que a família está muito triste, que quer justiça e que não sentem nenhum orgulho em ver os jornais anunciando que o pai morreu.
Texto: Patricia Mello