por Dijair Brilhantes
Uma praça abandonada, a falta de um local de lazer para brincar com os filhos, um espaço para cultura, assim começou o envolvimento de Ismael Monticelli, o personagem desta semana da série protagonistas da vida do jornal Correio de Cachoeirinha.
Morador do bairro Carlos Wilkens desde o nascimento, Ismael, hoje com 38 anos, sentia falta de um espaço para brincar com os dois filhos. “Eu saía com meus filhos e procurava um espaço para eles brincarem, mas não tinha, a praça do bairro estava abandonada, daí a Sônia Zanchetta estava criando um projeto para montar uma biblioteca comunitária”, conta Ismael.
O morador conta que além da falta de espaço para lazer e cultura, ele via que a praça era ocupada por usuários de drogas. “Havia uma quantidade muito grande de usuários de drogas, as pessoas ia para a praça pois era um lugar abandonado. Conseguimos fazer a limpeza e a Sônia conseguiu o material para fazermos pequenas reformas, como pintura e grafite”, explica Ismael.
O protagonista
Ismael conta que participava de outro grupo que realizava ações comunitárias na cidade, mas o grupo foi desfeito devido há alguns problemas de apoio financeiro. “Hoje conseguimos ajudar cerca de 20 pessoas fixas, e umas 70 pessoas aleatórias, que participam de alguns projetos”, diz Ismael.
O protagonista diz que a abertura da biblioteca é um grande ganho para a sociedade. “Me apaixonei pelo trabalho porque ele realmente é um local de trabalho social, ele não exclui ninguém, todos podem participar, independente de classe social, basta procurar a biblioteca”, conta. “Hoje meu filho tem 4 anos e já está começando a ler, a mesma idade em que minha filha mais velha começou a ler”, complementa.
O projeto
Criada em 2001, pelo presidente da Associação de Moradores do Bairro Carlos Wilkens, João Luís Noé, a Biblioteca teve que ser fechada devido a falta de voluntários para trabalhar no local. No final de 2012, a jornalista e produtora cultural, Sônia Zanchetta, que já conhecia o seu Noé desde a época em que ele procurava livros para doação, resolveu reabrir o local com a ajuda da estudante de pedagogia Cristiane Teixeira. Juntas elas se mobilizaram para reabrir o local que se encontrava em condições precárias. Outros voluntários se juntaram ao projeto, Ismael Montecelli é um deles. “Me apaixonei por este projeto, pretendo continuar ajudando a levar cultura para as pessoas que não possuem acesso a ela”.
Ismael diz que o espaço está aberto para quem quiser participar das atividades ou ser voluntário. “Qualquer pessoa ou atividade é bem vinda, agora surgiram voluntários que querem dar cursos básicos voltados à culinária”, conclui o protagonista.
Dessa maneira Ismael trabalha, tendo como remuneração o bem estar alheio, vendo as pessoas crescerem como cidadãs.