- Lembram-se da musiquinha? Pois é, o governador que se elegeu sem ter apresentado nem uma única proposta concreta durante toda a campanha, com o endosso de ter recebido um cheque em branco para governar, pode fazer o que bem lhe der na telha. Seu partido é o Rio Grande, mas o elevador utilizado pelo governador, vice e secretários é exclusivo.
- É claro, que isso não é nada diante do fato de ele fazer economia à custa da diminuição de horas extras dos responsáveis pela segurança do seu partido, o Rio Grande. Ora, de cada cinco policiais militares, quatro fazem horas extras no Rio Grande do Sul. O corte vai tirar pelo menos um de cada dois brigadianos das ruas. A “economia” vai ser de R$12 milhões em seis meses. Mas valerá a pena? Se os índices de criminalidade já eram preocupantes, se a falta de efetivo é sempre um problema, se não serão chamados concursados, será um salve-se quem puder.
- Outra das suas primeiras medidas é a redução de vários equipamentos públicos que estão sob a sua mira. Se tiver potencial de lucro, vai privatizar, caso contrário, vai extinguir. Entre eles a TVE/ FM CULTURA, o BADESUL, a CORAG, a FGTAS, a FEE e a UERGS, entre outras. Esta última criada no governo Olívio (PT), sucateada nos governos PMDB e PSDB, reerguida no governo Tarso (PT) e agora pelo jeito extinta de vez no governo do PMDB e seus aliados.
- Segundo ele, o Estado precisa ver o que é prioritário. Ou seja, a prioridade de governo do gringo Sartorão – agora é que finalmente ficamos sabendo – é primeiro desconstruir. E seu alvo na maioria são instituições cujas funções no fomento à cultura, à educação e pesquisa, às políticas públicas de trabalho, emprego e desenvolvimento social do Estado sua visão de desenvolvimento – e dos partidos políticos que governam este estado do Rio Grande – não considera importantes. Pensando pequeno assim, em curto prazo, a OSPA, os museus, o Teatro São Pedro correm perigo! Em longo prazo haverá justificativas para privatizar a água! E o Banrisul poderá ir para as cucuias também.
- Funcionários regidos pela CLT terão sua rescisão paga pelo Estado. Servidores estatutários que têm estabilidade serão realocados em outras estruturas (como o que aconteceu quando a Caixa Econômica Estadual foi extinta). Servidores em estágio probatório podem ser exonerados… Estamos falando de, por baixo, 4 mil empregos diretos a serem indenizados, que virarão desemprego. Fora as terceirizadas. De nomeações, de cujos concursos recentes como o da FEE, que não serão jamais feitas.
- A medida mais salutar, para o partido Rio Grande, que o governador tomou até agora, foi de voltar atrás no aumento do seu salário e de convencer o vice a fazer o mesmo. Pena não ter estendido para seus secretários. Valeu a pressão popular. A própria Rosane Oliveira também havia condenado o mau exemplo e a incoerência por parte de quem prega austeridade e sacrifícios diante de uma crise sem precedentes. Mas tenho para mim, que a mãezinha dele deve ter dado uns bons puxões de orelha também.